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BC reduz previsão de inflação

O Banco Central reduziu as previsões de inflação para 2010 e 2011 e manteve a previsão de crescimento da economia neste ano em 7,3%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado ontem. No cenário de referência, que considera a manutenção dos juros e câmbio no nível atual, a previsão de inflação passou de 5,4% para 5%. Para 2011, caiu de 5% para 4,6%.

No cenário de mercado, que considera as previsões do mercado para esses dois indicadores, a estimativa para preços para este ano passou de 5,3% para 5%. Para 2011, ficou em 4,6%.

O BC projeta que a inflação fique abaixo da meta de 4,5% nos dois primeiros trimestres de 2011 e no segundo e terceiro trimestres de 2012, quando chegaria a 4,3%.

Essas estimativas estão entre os dados utilizados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC para definir o nível da taxa básica de juros, que está ontem em 10,75% ao ano.

A previsão para o crescimento do PIB ficou em 7,3%, com uma participação de 6% da agropecuária, de 5,2% dos serviços e 10,9% da indústria. O BC trabalha, do lado externo, com uma recuperação mais lenta da atividade econômica global, com possibilidade de reversão. Em relação à economia brasileira, a instituição espera uma expansão econômica mais moderada e com projeções de inflação menores em relação ao relatório de inflação de junho.

Folhapress

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Estudo divulgado ontem pelo Banco Central mostra que, nos financiamentos, os brasileiros gastam mais com o pagamento de juros do que com o produto efetivamente comprado. Publicada no Relatório Trimestral de Inflação, a pesquisa mostra que, atualmente, as famílias gastam 13,3% do salário para pagar os juros dos financiamentos existentes. Já o comprometimento da renda para pagar a dívida propriamente dita, o chamado pagamento do principal, consome 10,5%. Ou seja, o brasileiro gasta, na média, mais com juros do que com o bem adquirido. Em julho de 2006, a parcela destinada aos juros era de 11,3% e a destinada ao pagamento do principal era de 10,1%.

Ao ser questionado sobre o fato de o juro ter maior peso que o principal, o diretor de Política Eco­nômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, não demonstrou preocupação. "As taxas de inadimplência no Brasil estão caindo. Então, as pessoas estão conseguindo pagar suas dívidas", disse.

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Dessa forma, o comprometimento médio da renda dos brasileiros com o pagamento de financiamentos – soma do principal e juros – passou de 21,4% em julho de 2006 para 23,8% em julho de 2010. "Nós podemos afirmar que há estabilidade no comprometimento da renda das famílias no pagamento das dívidas", cita o diretor, ao comentar a oscilação de 21,4% em 2006 para os atuais 23,8%.

A despeito dessa relativa es­­tabilidade do comprometimento da renda, o BC mostrou que o endividamento médio das famílias cresceu nos últimos anos. Em julho de 2006, o total de todas as dívidas era, na média, correspondente a 25% do rendimento dos tomadores de crédito acumulado em um ano. Agora, essa proporção saltou para 39,1%. Isso quer dizer que o brasileiro possui, na mé­­dia, mais de um terço de seu ren­­­dimento de um ano em dívidas.