A taxa de juros nas operações de crédito subiram para pessoas físicas e jurídicas na passagem de maio para junho, de acordo com a Pesquisa Mensal de Juros da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), divulgada nesta segunda-feira, 15. A taxa média geral de juros para pessoa física passou de 5,43% ao mês (88,61% ao ano) em maio para 5,45% (89,04%) em junho, a maior desde novembro de 2012.
Segundo o levantamento, das seis linhas de crédito pesquisadas, três ficaram estáveis: taxa de juros do comércio, em 4,08% ao mês (61,59% ao ano), a menor desde março; juros do cartão de crédito rotativo, em 9,37% (192,94%), a menor desde o início da série histórica, em 1995; e os juros do CDC - bancos - financiamento de automóveis, em 1,53% (19,99%), a menor desde março deste ano.
Subiram a taxa de juro do cheque especial, de 7,68% ao mês (143 01% ao ano) para 7,73% (144,37%), a maior desde fevereiro de 2012; do empréstimo pessoal - bancos, de 2,97% ao mês (42,08% ao ano) para 3,04% (43,24%), a maior desde novembro de 2012; e empréstimo pessoal - financeiras, de 6,92% ao mês (123,21% ao ano) para 6,96% (124,21%), a maior desde novembro de 2012.
A taxa de juros média geral para pessoa jurídica avançou de 3 05% ao mês (43,41% ao ano) em maio para 3,09% (44,08%) em junho, a maior desde novembro de 2012. Dos três indicadores analisados, o capital de giro teve alta de 4,23%, passando de 1,42% para 1 48%, e o desconto de duplicata apresentou avanço de 3,76%, de 2 13% para 2,21%. Já a conta garantida recuou 0,36%, de 5,60% para 5,58%.
Segundo o coordenador de Estudos Econômicos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a alta ocorreu devido ao aumento da taxa básica de juros, a Selic, decidido pelo Banco Central (BC) em 29 de maio e que não havia sido repassado para as taxas das operações de crédito. No fim de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 8% ao ano. Na reunião seguinte do órgão, em 10 de julho, houve mais uma alta de 0,50 ponto porcentual, para 8,50% ao ano. "É provável que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses", afirmou Oliveira.