Seja qual for a decisão de quarta-feira do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o Brasil continuará a ser um dos campeões mundiais do juro alto. Em termos nominais, a taxa básica brasileira - a Selic, atualmente em 10,75% ao ano - só perde hoje para a praticada no Paquistão (14,00%) e na Venezuela (18,10%).
A diferença é que, em ambos os países, a inflação é bem mais alta do que aqui. No vizinho sul-americano, os índices ao consumidor oscilam em torno de 27%. No Paquistão, estão na casa dos 20%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial do Brasil, subiu 5,91% em 2010.
Por isso, o juro real (que desconta os índices de preços) brasileiro é o mais elevado do planeta. Hoje, levando-se em conta as projeções de inflação para os próximos 12 meses, o juro real está perto de 7% ao ano. Segundo especialistas do mercado financeiro, a perspectiva é de que essa situação não mude no curto e, provavelmente, nem no médio prazo. Eles dizem que o País ainda não criou condições estruturais para ter uma taxa básica de juros mais baixa.
Ontem foi realizada a primeira etapa da reunião do Copom sob o comando do novo presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini. Nesta quarta, no fim do dia, ele deve promover uma elevação de 0,5 ponto porcentual na Selic. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.