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Crítica a Greenspan

Juro ultra-baixo nos EUA gerou crise atual, diz ex-subsecretário

Em uma rara crítica pública ao antigo chairman do Federal Reserve Alan Greenspan, um ex-funcionário do governo norte-americano disse neste sábado que taxas de juro excessivamente baixas alimentaram o mercado de moradia e crise que veio em seguida.

Greenspan, que se aposentou em janeiro de 2006, reduziu a taxa básica para 1 por cento com o objetivo de proteger a economia dos EUA depois do estouro da bolha tecnológica, dos ataques de 11 de setembro de 2001 e dos temores com a deflação.

"Caso as taxas fossem mais altas, teríamos evitado o boom no mercado imobiliário", John disse Taylor, antigo subsecretário dos EUA para assuntos internacionais, citando um modelo que criou para simular a atividade do setor imobiliário caso o Fed tivesse elevado as taxas em vez de ter facilitado agressivamente os empréstimos.

Autor da famosa Regra de Taylor sobre as políticas de bancos centrais, ele apresentou suas idéias durante um encontro anual de dirigentes de bancos centrais realizado pelo Federal Reserve de Kansas City.

O evento, que acontece nas montanhas Grand Teton, avalia as implicações das atuais dificuldades no mercado de financiamento imobiliário de alto risco e do colapso do crédito, fenômenos que ecoaram nos mercados do mundo todo.

Taylor, que hoje dá aula de economia na Universidade Stanford, criou o modelo para avaliar o que teria ocorrido com o mercado imobiliário dos EUA se o Fed tivesse, seguindo a Regra de Taylor, elevando as taxas em 2002.

A inflação relativa ao preço dos imóveis norte-americanos atingiu um recorde de 10 por cento nos últimos três meses de 2004 e se manteve mais ou menos nesse patamar por dois anos. Segundo o ex-subsecretário, o mercado aquecido provocou, diretamente, a grande melhoria verificada nas hipotecas.

"Já que o preço da habitação aumentou rapidamente, caíram os juros de mora e as taxas relativas à execução hipotecária no caso de credores pouco confiáveis, o que fez aumentar a oferta de crédito até o ponto de isso não ser mais sustentável", afirmou.

As hipotecas de alto risco foram tomadas por devedores com histórico ruim e foram usadas para ajudar as famílias de baixa renda a adquirir imóveis.

"Quando as taxas de curto prazo regressaram a seus níveis normais, a demanda caiu vertiginosamente no mercado imobiliário, derrubando a inflação tanto para o setor de construção quanto para o dos imóveis. Os juros de mora e as taxas relativas à execução hipotecária acabaram subindo, o que provocou a crise no mercado 'subprime"', completou.

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