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Juros altos e dificuldade de crédito atrapalham estocagem de etanol

A formação de estoques de etanol é vista pelo governo e também pelo setor produtivo como uma solução para a volatilidade dos preços do produto usado principalmente nos carros bicombustível (álcool e gasolina). No entanto, na opinião do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), Marcos Jank, é preciso que o governo melhore as condições da linha de financiamento destinada à estocagem.

No plano safra 2009/2010, lançado em junho do ano passado, o governo criou um programa de crédito de R$ 2,31 bilhões para garantir a regularidade da oferta e a estabilidade do preço do combustível. Desse total, apenas R$ 33 milhões foram liberados par a estocagem após mais de dez meses.

Além dos problemas climáticos que impediram a colheita de 60 milhões de toneladas de cana, o setor reclama das condições de crédito. "Os juros eram mais altos que os do mercado e os bancos não queriam emprestar para as empresas", afirmou Jank, ao comentar a falta de liquidez de muitas delas no ano passado.

Segundo ele, este ano o problema de liquidez ainda existe para muitas empresas, mas está mais fácil viabilizar o programa. "Se não tivermos o programa, será mais uma entressafra com volatilidade de preços."

Na safra que está encerrando, a linha de crédito para estocagem de etanol foi operada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com taxa de juros de 11,25% ao ano. Além disso, usinas, destilarias, empresas que comercializam etanol e cooperativas deveriam dar como garantia o próprio combustível estocado no valor de no, mínimo, 150% do saldo devedor.

De acordo com a última estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), devem ser produzidos na safra 2010/1011 pouco mais de 20 bilhões de litros de álcool combustível. O volume é 7% superior aos 18,8 bilhões de litros do ciclo atual. O consumo médio mensal é de 1,4 bilhão de litros, mas a frota de carros bicombustível está em plena expansão.

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