A alta taxa de juros que vigora no Brasil já custou ao governo Lula R$ 927 bilhões em encargos financeiros sobre a dívida pública, de acordo com os números do Banco Central. Essa cifra é 67% maior do que a economia realizada pelo governo para pagamento de sua dívida (superávit primário), o que explica porque o valor do endividamento cresceu em valores absolutos nos últimos seis anos, passando de R$ 881 bilhões para R$ 1,1 bilhão.

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A taxa real de juros do Brasil, ou seja, a taxa Selic menos a inflação, têm oscilado em torno de 8% e 10%, o que é muito maior do que em 99% das economias do mundo. E o governo é, de certa forma, a principal vítima dessa taxa, na medida em que tem uma dívida que continua, em grande parte, indexada à Selic (70,5% em janeiro).

Se a taxa real de juros tivesse sido de 4% nos últimos seis anos, por exemplo, os juros sobre a dívida teriam sido de R$ 555 bilhões entre 2003 e 2008 e empatariam com o superávit primário realizado pelo setor público. Ou seja, a dívida teria permanecido congelada em R$ 881 bilhões e, em proporção do PIB, estaria hoje abaixo de 29% (e não 36%).

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