Brasília (Das agências) As taxas de juros cobradas pelos bancos apresentaram um pequeno recuo em junho, mesmo com a manutenção da taxa básica, a Selic, em 19,75% ao ano. No mês passado, a taxa média cobrada da pessoa física caiu de 65,7% ao ano para 64,7% ao ano e, para as empresas, passou de 33,7% para 33,4% ao ano. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco Central.
No caso das pessoas físicas, o destaque ficou por conta do custo do crédito para a aquisição de bens, que recuou 3,7 pontos porcentuais, para 54,1% ao ano em junho. Esse recuo, segundo o BC, ocorreu devido aos acordos feitos entre as redes de varejos e instituições financeiras. Como os bancos passaram a financiar os novos clientes com a mesma taxa de juros oferecida pela redes de lojas, que era mais baixa que a deles, a média caiu. No item "outros financiamentos para pessoas físicas", no qual o BC contabiliza esses crediários, a taxa caiu de 57,8% para 54,5%, uma redução de 3,7 pontos porcentuais, a maior queda registrada desde o início da série, em 2000.
Nas operações de crédito para aquisição de veículos, a queda foi um pouco menor, de 40,4% para 39,5% ao ano. Já a taxa de juros cobrada no crédito consignado passou de 77,2% para 76,2% ao ano. Dentro dessa modalidade está o crédito consignado desconto em folha , que ficou estável em 37,2%. A única elevação ocorreu na taxa cobrada pelo uso do cheque especial, que passou de 147,6% para 148% ao ano. Essa taxa é a maior desde setembro de 2003 (152% ao ano).
Assim como as taxas de juros, houve recuo no "spread'' diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetiva cobrada dos clientes , que passou de 30 pontos porcentuais para 29,8 pontos porcentuais. O "spread'' é maior nas operações para pessoas físicas, 46,3 pontos percentuais em junho, contra 46,8 pontos no mês anterior. Para as empresas, ele recuou 0,2 ponto porcentual e ficou em 13,6 pontos.
Inadimplência
Houve queda na inadimplência em junho. A taxa média passou de 7,7% para 7,3%. Para as empresas, a taxa passou de 3,5% em maio para 3,4% no mês passado. Já para as pessoas físicas, caiu de 12,9% para 12,2%.
No mês passado, houve uma expansão de 1,4% no crédito concedido no sistema financeiro recursos livres e direcionados, como empréstimo habitacional , o que fez o volume total chegar a R$ 525,6 bilhões.
Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), essa quantia manteve-se em 27,6%. Essa relação é a maior já registrada pelo BC desde maio de 2001. Em junho do ano passado, era de 25,4%.