6% foi o aumento do saldo de crédito ao consumo nos 12 meses até junho, metade do registrado há dois anos. É a primeira vez desde 2003 em que o crescimento fica abaixo da inflação nessa comparação. Juros maiores e queda na demanda dos consumidores estão entre as causas. O estoque total de operações, que inclui empréstimos com taxas livre e controladas, para pessoas físicas e empresas, cresceu 11,8% em 12 meses, menor taxa da pesquisa do Banco Central iniciada em 2011.

CARREGANDO :)

A taxa média de juros nas operações de crédito ao consumo alcançou em junho o maior valor da pesquisa de crédito do Banco Central, iniciada em março de 2011. Isso significa que a queda da inadimplência e do custo do dinheiro para os bancos no primeiro semestre não foi repassada ao consumidor.

Os juros do chamado crédito livre para pessoas físicas subiram de 42,5% ao ano em maio para 43,0% ao ano em junho. No final de 2013, a taxa estava em 38% ao ano. Desde dezembro, o "spread" bancário nesse segmento do crédito aumentou 5,5 pontos porcentuais, para 31,3 pontos porcentuais. Já o custo do dinheiro para os bancos recuou 0,5 ponto. O "spread" é a parcela da taxa influenciada por fatores como calotes, tributos, despesas e o ganho das instituições financeiras.

Publicidade

A inadimplência da pessoa física no crédito livre caiu de 6,7% para 6,5% no semestre. A queda no custo de captação de recursos dos bancos reflete a mudança na expectativa em relação aos juros. O BC já vem sinalizando há alguns meses e reforçou essa mensagem na semana passada, que não vai mexer mais na taxa básica este ano.

O aumento dos "spreads" tem se dado nas linhas de maior risco para os bancos. Entre as taxas em que os juros mais subiram desde o fim de 2013 está o cheque especial, que passou de 147,9% para 171,5% ao ano. O crédito pessoal sem desconto em folha de pagamento avançou de 86,1% para 100,3% ao ano.

Nas linhas com risco menor e mais concorrência entre os bancos, por outro lado, as taxas ficam praticamente estáveis no período. É o caso do financiamento de veículos (23%) e do crédito com desconto em folha (consignado).