O Banco Central pretende continuar baixando a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano, até que ela chegue a um dígito, afirmou ontem o presidente da instituição, Alexandre Tombini.
"O Banco Central sinalizou recentemente que há uma alta probabilidade de que tenhamos no Brasil no futuro uma taxa de um dígito. Essa estratégia não se alterou até hoje", afirmou Tombini a jornalistas na Cidade do México, onde participa de reunião entre ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do G-20.
"Naturalmente, na próxima semana [quando o Comitê de Política Monetária do BC se reunir para decidir sobre a Selic], levaremos todas as informações em consideração para a decisão de nossa taxa de política monetária."
Segundo Tombini, há grande preocupação da autoridade monetária brasileira e dos demais BCs mundo afora com os preços do petróleo, que sofrem uma escalada pressionados sobretudo pelos temores de um conflito no Irã.
Tombini acompanha o ministro da Fazenda, Guido Mantega, à reunião do G-20 financeiro que congrega ministros das finanças e presidentes de bancos centrais das grandes economias desenvolvidas e emergentes que ocorre neste fim de semana no México.
Além de sinalizar com uma possível redução da taxa Selic na próxima semana, Tombini afirmou não ter o BC jamais abandonado sua estratégia de acumulação de reservas internacionais e estar pronto para continuar a intervir no mercado de câmbio. Na última quinta-feira, cotação do dólar alcançou R$ 1,69, o menor valor desde outubro de 2011.