Brasília – Após dois meses seguidos de queda, a dívida pública em títulos federais voltou a subir e ultrapassou, novamente, a marca de R$ 1 trilhão. Em junho, o valor total de papéis no mercado cresceu 1,7%, impulsionado principalmente pelo peso dos juros, que elevaram o estoque em R$ 10,5 bilhões. A dívida fechou o mês em R$ 1,016 trilhão. Também contribuiu para esse aumento a emissão líquida de títulos realizada pelo Tesouro Nacional. Apesar da volatilidade, que continuou atormentando o mercado financeiro em junho, houve melhora no cenário doméstico, e o Tesouro encontrou espaço para vender R$ 6,5 bilhões em títulos além do volume de papéis resgatado.

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"Houve bastante volatilidade. O mercado continuou acompanhando as condições do mercado externo, que ainda está fortemente caracterizado pelas incertezas sobre a política de juros americana", afirmou o coordenador de Operações da Dívida Pública, Manuel Augusto Silva. "O cenário doméstico, no entanto, foi mais benigno."

O resultado disso é que, em junho, o Tesouro acabou promovendo uma forte colocação (líquida) de títulos prefixados (R$ 20,4 bilhões) e um resgate (líquido) de papéis atrelados à taxa Selic (R$13,2 bilhões). Isso melhorou a composição da dívida. "Avançamos um pouco mais na nossa estratégia de prefixação da dívida", afirmou. Para o governo, quanto maior a parcela de títulos prefixados, melhor. Isso garante previsibilidade à administração da dívida, pois evita surpresas com eventuais elevações dos juros. No mês passado, a fatia dos papéis prefixados subiu de 29,6% para 31,5%. A participação de títulos corrigidos pela Selic caiu de 44,1% para 42,5%.

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Esses porcentuais não consideram as chamadas operações de "swap cambial" realizadas pelo Banco Central. Nesse tipo de operação, o BC recebe juros e paga ao investidor a variação cambial. Levando em conta todos os instrumentos cambiais, atualmente o governo é credor de dólares no mercado.