Mesmo com a inflação dando sinais de trégua, a tendência expansionista da política fiscal limita o espaço para a redução dos juros. As despesas de consumo da administração pública cresceram 0,3% no primeiro trimestre frente ao anterior, segundo o IBGE. Foi o terceiro movimento consecutivo de alta.
O Banco Central define hoje a taxa básica de juros (Selic), e há argumentos tanto para reduzi-la quanto para mantê-la. A expectativa do mercado é de manutenção do patamar atual, de 13,75% ao ano, com cortes a partir de agosto.
A XP Investimentos destaca em relatório que o novo arcabouço fiscal permite que as despesas cresçam cerca de 2,5% reais (já descontada a inflação) em 2024 e 2025, após aumento de cerca de 20% entre 2021 e 2023. “Isso tende a manter a demanda final e a dinâmica da dívida pública sob pressão, um cenário consistente com juros altos nos próximos anos”, destaca a corretora.
A empresa aponta que a trajetória para as contas públicas deve ser negativa nos próximos meses, com recuo no preço das commodities e perda de tração da atividade econômica afetando a arrecadação do governo. Pelo lado das despesas, a corretora lembra que a elevação do salário mínimo e o reajuste salarial aos servidores passaram a pesar sobre as contas públicas a partir de maio.
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