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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que tenha sido o autor do “puxão de orelha” no presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sobre a declaração sobre a possibilidade do fim do rotativo do cartão de crédito, uma das modalidades com os juros mais elevados. A taxa média de juros, em junho, era de 437,25% ao ano.
Na quinta-feira, durante audiência no Senado, o dirigente da autoridade monetária disse que a solução seria a extinção do rotativo. Um grupo de trabalho formado por integrantes do BC, Ministério da Fazenda e bancos teria até 90 dias para buscar uma solução para o problema.
O rotativo seria substituído pelo crédito parcelado. “Que o crédito vá direto para o parcelamento e que seja uma taxa ao redor de 9%. Quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento”, disse Campos Neto.
A possibilidade enfrenta tanto resistência de Haddad, quanto do comércio. Ao jornalista Reinaldo Azevedo, o ministro disse que não pode ser perdido de vista o varejo. A modalidade é usada com frequência para viabilizar as vendas. “Tem que proteger quem está caindo no rotativo”, afirmou ele.
Para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), não há qualquer pretensão de se acabar com as compras parceladas no cartão de crédito. “Defendemos que o cartão de crédito deve ser mantido como relevante instrumento para o consumo, preservando a saúde financeira das famílias”, diz o presidente da entidade, Isaac Sidney.