Taxa média cobrada pelo comércio baixou de 4,87% para 4,77% ao mês em abril| Foto: Gilberto Abelha/ Gazeta do Povo

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Diferentemente do informado no gráfico original da matéria "Juros mais baixos já são realidade", na última quinta-feira, a taxa mínima de juros praticada pelo banco Santander é 1,79% para crédito pessoal e 0,98% para financiamento de veículos.

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BB conquista 7 mil clientes no Paraná e fala em mais cortes

O Banco do Brasil anunciou ontem nova rodada de redução dos juros nos empréstimos, desta vez para micro e pequenas empresas, mas já colhe os frutos dos cortes anunciados ainda em abril. Só no Paraná, são 7 mil novos clientes. "Também tivemos um aumento expressivo na contratação de empréstimos, que mais que dobrou nas modalidades de crédito pessoal e financiamento de veículos no estado", afirma o gerente de mercado pessoa física do Paraná, Paulo Henrique Gomes Amaral.

Ele acredita que a taxa única para o cheque especial, de 3,94% ao mês – que já valia para pessoa física e passa a valer para pessoa jurídica ainda neste mês –, vai provocar uma nova rodade de cortes expressivos na instituição. "Como base para as demais operações, o cheque especial vai obrigar uma revisão das taxas novamente. E isso deve ocorrer antes da entrada em vigor das últimas medidas, no dia 28", diz.

O cheque especial empresarial com juro único – que representa uma redução de 56,8% em relação à taxa anterior – é apenas para clientes que contratarem a chamada "assessoria financeira pessoa jurídica", serviço que monitora o uso do cheque especial e do cartão de crédito. O barateamento do crédito está alinhado com o plano do governo federal de acelerar a economia com a oferta de mais crédito e a juros menores.

No capital de giro, a taxa mínima da linha BNDES capital de giro Progeren caiu de 0,96% para 0,89% ao mês. Na linha BB Capital de Giro Mix Pasep, a menor taxa passou de TR (Taxa Referencial) somada de 2,14% para TR mais 0,99%, o que equivale a cerca de 1,01% ao mês e representa redução de 53% na taxa.

Além disso, em alusão às promoções do Dia das Mães, clientes com recebíveis (cheques pré-datados, duplicatas ou cartões de crédito) poderão converter os recursos em capital de giro com juros a partir de 1% ao mês. Para clientes que contratarem crédito novo em capital de giro, o BB oferece ainda carência no pagamento de até três meses nas novas operações.

Na véspera da mudança, poupança recebeu R$ 1 bi

Agência O Globo

Na quinta-feira passada, 3 de maio, último dia de funcionamento da "velha poupança", houve uma entrada líquida (depósitos menos saques) de R$ 1,059 bilhões na caderneta, pouco mais que a metade do registrado em todo o mês de abril (R$ 1,977 bilhão).

Horas antes e mesmo na véspera do anúncio oficial – feito no dia 3 no fim da tarde –, já circulavam rumores sobre mudanças, o que estimulou os depósitos. Segundo o último dado oficial disponível, a poupança tinha depósitos de cerca de R$ 430 bilhões no fim de março.

A fórmula nova ainda não influenciou os rendimentos dos correntistas, pois só será aplicada quando a Selic chegar a 8,5% ao ano. Se a Selic cair a esse patamar, ou abaixo dele, a remuneração dos novos depósitos passa a ser de 70% da taxa, mais a TR. Depósitos feitos antes de 4 de maio seguem a remuneração anterior, de 0,5% ao mês mais a TR.

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A ofensiva do governo federal pela redução dos juros bancários e os cortes da taxa básica, a Selic, começam a gerar resultados. Levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostrou que a taxa média para pessoa física, em queda desde dezembro, caiu ao índice mais baixo em 17 anos: 6,25% ao mês. Dados do Banco Central referentes à semana do dia 24 de abril – período em que entraram em vigor os primeiros cortes feitos por Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil – apontam para uma diminuição geral no crédito pessoal e um recuo expressivo no custo do cheque especial da Caixa: na comparação com a semana do dia 26 de março, a média mensal passou de 7,73% para 4,41%.

Para analistas, isso mostra não só que mais pessoas estão tendo acesso às taxas mais baixas, mas também que está em curso uma mudança drástica no mercado financeiro. "A nova taxa única de cheque especial anunciada pelo Banco de Brasil hoje [ontem], de 3,94%, deve gerar um efeito cascata não só nas taxas das demais operações do próprio banco, mas de todas as outras instituições, já que não faz sentido o custo do cheque especial ser maior que o de outros empréstimos", avalia o economista Fábio Tadeu Araújo, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

Dentre as seis linhas de crédito à pessoa física pesquisadas mensalmente pela Anefac, apenas a taxa de juros do rotativo do cartão de crédito não mudou; as demais caíram. A taxa média do cheque especial caiu de 8,34% ao mês em março para 8,28% ao mês em abril. No mesmo intervalo, o custo do empréstimo pessoal em bancos baixou de 3,84% para 3,69%. No comércio, o consumidor encontrou taxa média de 4,87% em março e de 4,77% em abril. Os juros médios para quem buscou empréstimo pessoal em financeiras, por sua vez, diminuíram de 8,26% para 8,14%.

De acordo com a Anefac, a queda da taxa média de juros nas operações de crédito foi motivada pela redução no mês passado da Selic – de 9,75% para 9% ao ano – e pela maior competição no setor financeiro após os bancos públicos terem anunciados quedas das taxas aos clientes, em movimento acompanhado pelas principais instituições privadas. "Os maiores efeitos devem surgir a partir de junho, com a influência dos anúncios mais novos e de possíveis novas quedas na Selic", diz o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira.

Onde investir

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A expectativa de queda dos juros deve levar os investidores a apostar mais no mercado financeiro, prevê o professor de Finanças da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Pedro Piccoli. "Com a renda fixa em baixa, mesmo com as novas regras da poupança, o investidor que quiser algum resultado precisará se arriscar mais um pouco", diz.

Piccoli recomenda a compra de ações de empresas sólidas, que rendam bons dividendos, como as do setor de telefonia, concessionárias de rodovias e de energia. Mas é preciso manter esses investimentos por pelo menos três anos, ter sangue frio em um momento em que o mercado dá resultados, influenciado pelo cenário externo.