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Juros nos EUA sobem para 4,5% ao ano

São Paulo (Folhapress) – O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou ontem sua taxa básica de juros de 4,25% ao ano para 4,5%. É o 14.º aumento consecutivo da taxa, e uma espécie de legado que o presidente do banco, Alan Greenspan, deixa a seu sucessor, Ben Bernanke.

Confirmado ontem pelo Senado americano como o novo presidente do Fed, Ben Bernanke afirmou, quando foi indicado pelo presidente dos EUA, George W. Bush, que sua prioridade será "continuar com as políticas e estratégias estabelecidas durante os anos Greenspan", ou seja, deve manter sua atenção sobre os dados inflacionários, sem descuidar dos números sobre criação de empregos.

Em junho de 2004, o Fed começou a elevar seus juros (que então estavam em 1% ao ano) para tentar coibir pressões inflacionárias em uma economia que começava a recuperar força. Desde então, o banco aumentou os juros em 0,25 ponto porcentual em cada uma das 14 reuniões realizadas até hoje.

Os aumentos nos juros permitiram que o Fed mantivesse a inflação sob controle, mesmo com a pressão exercida pelos reajustes nos combustíveis. Os dados de crescimento econômico, porém, levantam alguma preocupação. A economia americana registrou desaceleração no trimestre passado. O Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento anualizado de 1,1% no período, menor ritmo desde o mesmo período de 2002.

O resultado refletiu os efeitos da passagem dos furacões Katrina e Rita pelas regiões do país onde se concentra a produção das plataformas petrolíferas e das refinarias americanas – o estado do Texas e o golfo do México. Os furacões provocaram interrupções de produção, o que afetou o fornecimento e os preços dos combustíveis, pressionando a inflação e retraindo os gastos dos consumidores.

A desaceleração veio acompanhada de uma alta de 2,6% nos preços no país no trimestre passado. O índice é menor que o registrado no trimestre imediatamente anterior, quando a alta foi de 3,7%. O núcleo da inflação, que exclui os preços de alimentos e energia, teve, no entanto, aumento de 2,2%, contra 1,4% registrado no terceiro trimestre, o que mostra que a inflação está contaminando outros preços. A expectativa de alguns economistas, porém, é de que o Fed perceba os sinais de desaceleração, o que poderia antecipar o fim do ciclo de altas de juros.

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