Apesar de o Banco Central ter reduzido a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual no fim de maio, o consumidor teve de pagar mais caro pelo crédito em junho. Segundo a pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média dos juros nas operações de crédito para pessoa física aumentou em 0,53% (ou 0,04 ponto percentual), para 7,56% ao mês (139,78% ao ano), a maior desde janeiro deste ano, quando ficou em 7,58% ao mês (140,31% ao ano).
Todas as linhas de crédito pesquisadas pela Anefac (juros do comércio, cartão de crédito, cheque especial, Crédito Direto ao Consumidor - CDC, empréstimo pessoal em bancos e empréstimo pessoal em financeiras) tiveram aumento em suas taxas.
Os juros mais altos entre todas as modalidade de crédito para pessoas físicas continua sendo o empréstimo pessoal em financeiras. A taxa média mensal desta modalidade subiu de 11,60%, em maio, para 11,63%, em junho, a maior desde dezembro do ano passado, quando ficou em 11,73% ao mês.
Proporcionalmente, o maior aumento nas taxas pesquisadas, no entanto, foi o do Crédito Direto ao Consumidor (CDC), oferecido pelos bancos, que teve alta de 1,18% (0,04 ponto percentual), para 3,42% ao mês (49,71% ao ano). A modalidade de crédito continua com a menor taxa entre as pesquisadas. A segunda maior alta foi a dos juros do comércio, de 0,98% (0,06 ponto percentual), para 6,21% ao mês (ou 106,06% ao ano).
Os juros mensais médios dos cartões de crédito aumentaram de 10,33%, em maio, para 10,35%, no mês passado, e a opção de crédito continua a ser a segunda mais onerosa para o consumidor. A taxa média mensal do cheque especial subiu de 8,07%, em maio, para 8,11%, em junho, e a do empréstimo pessoal em bancos aumentou de 5,59% para 5,61%, na mesma comparação.
Segundo a Anefac, o aumento dos juros para a pessoa física em junho se deve a dois principais fatores: o aumento da inadimplência para pessoa física que apresenta no ano uma elevação de 13,4%, para 7,6% em maio, e as incertezas no mercado internacional quanto ao comportamento dos juros americanos frente à subida da inflação, que provocou a elevação dos juros futuros.
A pesquisa mostrou também que as taxas de juros médias para as pessoas jurídicas registrou queda em junho, passando de 4,38% ao mês, em maio, para 4,34%, no mês passado.