As taxas de juros e os spreads bancários voltaram a subir em outubro no Brasil, ao mesmo tempo em que houve desaceleração na oferta de crédito, após o início do novo ciclo de aperto monetário feito pelo Banco Central no mês passado.
Em outubro, o spread bancário -- diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada ao tomador final -- foi a 21,3 pontos percentuais no segmento de recursos livres, acima dos 20,8 pontos percentuais vistos em setembro e interrompendo dois meses seguidos de queda, informou o BC nesta quarta-feira.
No crédito total, incluindo o segmento de recursos direcionados, o spread subiu a 12,8 ponto, 0,1 ponto a mais do que o número visto em setembro.
O BC informou ainda que taxa média de juros no segmento de recursos livres ficou em 32,8% em outubro, também quebrando uma sequência de duas baixas seguidas. No crédito total, a taxa foi a 21,3% em outubro, ante 21 por cento em setembro.
Taxa básicaNo mês passado, o BC surpreendeu ao elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25 por cento ao ano, para combater a inflação. E, na semana passada, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, sinalizou que a autoridade monetária pode ampliar ainda mais o aperto monetário.
Com taxas mais caras, o estoque total de crédito no Brasil cresceu 0,8% em outubro ante setembro, chegando a R$ 2,926 trilhões, ou 57,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Em setembro, a alta havia sido de 1,34%.
As concessões de crédito no segmento de recursos livres também perderam fôlego em outubro, com aumento de 1,4% ante alta de 7,4% em setembro.
Inadimplência
O BC informou ainda que a inadimplência no mercado de crédito brasileiro no segmento de recursos livres ficou em 4,8% em outubro, menor em relação a setembro, quando registrou 5%. No crédito total, a inadimplência ficou em 2,9%, ante 3% em setembro.