A Justiça do Rio de Janeiro só deve comunicar hoje sua decisão sobre a realização de um novo leilão de venda da Varig. A VarigLog, única interessada na realização desse leilão até o momento, ganhou ontem mais 24 horas para detalhar sua proposta. Os esclarecimentos a serem recebidos serão encaminhados ao administrador judicial da companhia aérea, a Deloitte, e ao Ministério Público para análise da viabilidade da negociação. Em caso positivo, uma nova assembléia de credores seria chamada para aprovar a realização de um novo leilão.

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Ex-subsidiária de transporte de cargas da Varig, a VarigLog ofereceu fazer uma injeção de US$ 485 milhões em troca de 90% das ações da empresa aérea – outros 5% ficariam com funcionários e o restante com credores.

Ontem representantes da VarigLog conversaram com o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, mas admitiram que fizeram uma apresentação apenas parcial da proposta. O juiz quer saber os detalhes da oferta para evitar a convocação de um novo leilão de venda da Varig que também fracasse. No último dia 8, o TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) ofereceu R$ 1,01 bilhão pela companhia aérea, mas não fez o pagamento da primeira parcela, o que levou a Justiça a invalidar o leilão de venda. Além disso, a Justiça informou estar preocupada com a preservação dos postos de trabalho da Varig.

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A VarigLog apresentou há cerca de dois meses uma proposta de compra da Varig que previa a injeção de US$ 400 milhões em troca de 95% das ações da empresa. A oferta foi rejeitada devido a temores de demissão em massa e também porque, assim como agora, os credores não quiseram ficar com apenas 5% das ações.

Os recursos da oferta apresentada (US$ 485 milhões) seriam injetados no saneamento da companhia aérea e permitiriam a continuidade de seus vôos, mas não iriam para os credores.

O promotor Gustavo Lunz, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, afirmou ontem que essa proposta pode sofrer alterações e que a preocupação é de como seria feito o pagamento das dívidas que não seriam assumidas pela VarigLog. Segundo a própria Justiça, entretanto, não há outros interessados pela compra da Varig.

Além disso, a VarigLog já mostrou ter recursos para injetar na empresa aérea. Desde segunda-feira, a empresa já depositou cerca de US$ 5 milhões na conta da Varig para garantir a continuidade de seus vôos.

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