PF prende 40 por desviar R$ 1,5 bi da Receita

A Polícia Federal, em parceira com a Receita Federal e o Ministério Público (MP), desarticulou nesta terça-feira (16) um esquema de fraude tributária que envolve uma grande empresa norte-americana de tecnologia e mais de 30 companhias brasileiras e estrangeiras.

Segundo estimativa da Receita, o prejuízo causado em perda de arrecadação está ao redor de R$ 1,5 bilhão, incluindo multa e juros. O cálculo é feito em cima dos equipamentos de tecnologia importados de maneira irregular, que somam cerca de US$ 500 milhões, nos últimos cinco anos.

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A 4ª Vara Federal Criminal de São Paulo acolheu parcialmente o pedido do Ministério Público Federal e converteu de temporária para preventiva a prisão de seis pessoas investigadas na Operação Persona, que identificou irregularidades fiscais nas atividades da multinacional americana Cisco e da importadora Mude no Brasil.

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Segundo a Receita Federal, as irregularidades representaram perda de R$ 1,5 bilhão ao Fisco.

Continua preso o ex-diretor e vice-presidente da Cisco Carlos Roberto Carnevali, além dos executivos José Roberto Pernomian Rodrigues, Paulo Roberto Moreira, Helio Benetti Pedreira, Cid Guardia Filho, e Moacyr Alvaro Sampaio. Os seis foram transferidos para uma prisão em Guarulhos.

O MP Federal pediu ainda a prisão preventiva de mais cinco investigados, sendo que a justiça determinou a prisão de três deles: Fernando Machado Grecco, Marcelo Naoki Ikeda e de Ernani Bertino Maciel, baseando-se na ameaça à ordem econômica e na conveniência da instrução penal. Na prática, a Justiça entende que, soltos, os investigados poderiam influenciar testemunhas e outros investigados.

Diligências para prender Ernani Maciel foram infrutíferas e ele está foragido. O executivo e a família teriam deixado sua residência na noite desta quinta-feira, horas após ele se apresentar à Superintendência da Polícia Federal e prestar depoimento.

Ele estava na lista de 41 investigados cuja prisão temporária foi decretada pela Justiça Federal. No dia 16 de outubro, quando a operação foi deflagrada, o investigado não foi localizado pela Polícia Federal. Posteriormente, seus advogados informaram que ele se apresentaria desde que fosse revogada sua prisão, manifestação com a qual o MPF não concordou.

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Quando prorrogadas as prisões temporárias, o juiz não revogou as prisões temporárias em vigor, mas decidiu que a de Maciel, bem como a das outras pessoas não encontradas, seria revogada se ele se apresentasse à Polícia Federal, o que ocorreu esta semana. Ele foi interrogado e, como determinava a decisão judicial, liberado em seguida.