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Greve dos metalúrgicos

Justiça determina desobstrução das entradas da Volks e Renault

No final da tarde de terça-feira (2), segundo dia de greve dos cerca de sete mil metalúrgicos das montadoras Renault/Nissan e Volkswagen, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, a Vara de Trabalho do município acatou um pedido de interdito proibitório interposto pelo Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) em nome das montadoras, que exige a desobstrução das fábricas para livre trânsito dos trabalhadores.

Nesta quarta-feira (3), a adesão total à paralisação continua, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC). Completados dois dias de paralisação, a estimativa das montadoras é que as duas empresas juntas deixaram de produzir aproximadamente três mil automóveis.

De acordo com Carlos Roberto Ribas Santiago, advogado do Sinfavea, o interdito não questiona a legitimidade da greve, apenas proíbe que o SMC impeça a entrada de trabalhadores que não aderiram à paralisação. "Nesta madrugada, oficiais de Justiça estiveram nas montadoras e notificaram os metalúrgicos, que já estão cientes", afirma.

Às 11h desta quarta-feira, dirigentes das duas montadoras devem se reunir para discutir uma nova proposta para os grevistas. "Ainda hoje (quarta), essa proposta deve ser apresentada aos metalúrgicos", diz Santiago.

De acordo com Cláudio Grann, diretor do SMC, a categoria deve votar a continuidade ou não da greve na manhã de quinta-feira (3). "Por enquanto, a situação continua a mesma", afirma. Grann diz que o sindicato está ciente do interdido proibitório, mas que mantém um grupo de metalúrgicos nas portas das fábricas. "Estamos conversando com os trabalhadores que chegam para convencê-los da importância da greve, mas, se alguém quiser entrar, entra".

A última proposta feita pelas empresas foi um reajuste de 0,5% de aumento real além dos 7,6% para cobrir perdas inflacionárias. O sindicato da categoria pede aumento de 5% de aumento real, além de 7,6% referentes a perdas inflacionárias, o que totaliza 12,6% de reajuste; somados a um abono de R$ 1,5 mil.

Apesar da paralisação nas fábricas da Renault e da Volkswagen, os trabalhadores da Volvo, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), que também pararam na segunda-feira, estão trabalhando normalmente desde o início da manhã de terça-feira. Nelson de Souza, metalúrgico da fábrica da Volvo, conta que os cerca de 3 mil funcionários da montadora decidiram, a princípio, manter as negociações. Os trabalhadores aguardam uma nova proposta da Volvo até a quarta-feira (3), que deverá ser discutida na quinta-feira (4), segundo ele.

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