A construção da hidrelétrica de Baixo Iguaçu, no Sudoeste do estado, está parada há pouco mais de dois meses, e não tem previsão de retomada. Com isso, cresce a possibilidade de que a usina não entre em operação no prazo programado, em abril de 2016.

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Ela terá potência de 350 megawatts (MW) e, na média, deve gerar pelo menos 173 MW, o suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 500 mil habitantes. É essa quantidade de energia que deve demorar mais que o esperado para entrar no Sistema Interligado Nacional (SIN), que supre 98% da demanda nacional.

O empreendimento pertence ao consórcio Geração Céu Azul, formado por Neoenergia (70%) e Copel (30%), e tem um longo histórico de atrasos. A concessão foi leiloada em 2008, e pelo cronograma inicial a hidrelétrica geraria energia a partir de janeiro do ano passado. Mas, por questões ambientais e judiciais, as obras começaram apenas seis meses depois. Agora, estão paradas por duas questões: uma decisão judicial e a inundação do canteiro de obras.

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Em meados de junho, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) determinou a suspensão dos trabalhos, por entender que o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) permitiu a construção sem a anuência do ICMBio, instituto que administra o Parque Nacional do Iguaçu – a reserva natural fica a cerca de 500 metros do eixo da usina.

O consórcio Geração Céu Azul afirmou que vai recorrer da decisão do TRF4. Mas a questão judicial não é o único obstáculo ao empreendimento. No dia 8 de junho, a cheia do Rio Iguaçu, provocada por fortes chuvas, destruiu o canteiro de obras, pondo abaixo boa parte do que foi construído desde julho de 2013. Isso sugere que o orçamento da hidrelétrica, antes estimado em R$ 1,6 bilhão, tende a subir significativamente.

O consórcio afirma que está fazendo o resgate das máquinas e equipamentos que ficaram submersos, e que ainda não foi possível calcular o atraso no cronograma das obras. Com a paralisação, cerca de 800 pessoas teriam sido demitidas, segundo reportagem da RPC TV. Na semana passada, o IAP aprovou o plano de paralisação das obras, uma exigência do TRF4. Mas a empresa deve demorar seis meses "para paralisar de forma completa e segura as obras de instalação", segundo o instituto.