Cascavel O furacão Katrina, que causou destruição no Sul dos Estados Unidos, abriu a possibilidade para que a indústria brasileira de carnes venda mais frangos para o mercado russo. A catástrofe natural atingiu uma das maiores regiões produtoras de aves nos EUA, o que levou a uma diminuição na oferta do produto no mercado internacional. Entre os primeiros países a sentir esse efeito colateral do furacão está a Rússia, um dos principais clientes dos abatedouros americanos. Para evitar o risco de desabastecimento, importadores russos estão fazendo contatos com empresas do Brasil que poderiam reforçar os embarques para aquele país.
O presidente do Associação dos Abatedouros e Produtores Avícolas do Paraná (Avipar), Alfredo Kaefer, diz que a indústria paranaense deve se beneficiar com as dificuldades encontradas pelos produtores americanos. O Paraná é o segundo estado que mais exporta carne de frango no país e vinha registrando seguidos recordes de vendas no setor.
"O setor está otimista com a possibilidade de suprir o mercado Russo, mas, por enquanto, há uma grande especulação em torno do assunto. Nós vamos sentir mesmo os reflexos a partir de outubro, quando serão negociados novos contratos com os preços maiores", explica Kaefer. Nos últimos dias, o aumento da cotação do frango no mercado internacional foi de cerca de 10%.
A possibilidade de que o mercado russo sinta falta das exportações americanas foi levantada após a divulgação de um relatório do departamento de agricultura dos Estados Unidos (USDA) que relata a destruição de pelo menos 60 plantas de produção de aves durante a passagem do Katrina. Elas ficam nos estados da Louisiana, Mississipi e Alabama áreas onde o governo americano suspendeu as exportações de carnes após a catástrofe.
Uma das empresas atingidas foi a Tyson Foods, a maior processadora de carne de frango do mundo. A falta de energia elétrica causada pelo furacão obrigou a companhia a suspender as atividades de seus quatro abatedouros instalados no estado de Mississipi.
A Tyson calcula que o furacão causou prejuízos de até US$ 20 milhões em suas operações. O valor envolve desde a perda de aves em criação até carne de frango congelada estocada em instalações do Mississipi e da Louisiana.
Com medo de ficar sem fornecimento de carne, os importadores russos saíram em busca de alternativas para suprir sua demanda. A Globoaves e a Cooperativa Agropecuária Cascavel (Coopavel), exportadores de frango da região de Cascavel, confirmam que as consultas vindas da Rússia aumentaram nos últimos dez dias. Na Diplomata, outra exportadora de aves de Cascavel, as encomendas da Rússia cresceram na última semana. O apetite dos russos foi tão grande que a empresa diz não ter atendido todos os pedidos por falta de capacidade.
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