A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, defendeu nesta sexta-feira (27) a expropriação da petroleira YPF, controlada pela espanhola Repsol, e agradeceu à oposição pelo apoio legislativo à iniciativa, ao discursar no estádio do Vélez Sársfield, em Buenos Aires.
A decisão de intervir na YPF, empresa estatal argentina privatizada em 1992, não implica em "retornar ao passado, mas sim em recuperar a direção nacional de uma das empresas emblemáticas" do país, disse Kirchner para a multidão de jovens.
Em seu discurso de 45 minutos para comemorar o nono aniversário da vitória eleitoral de seu marido, o finado presidente Néstor Kirchner (2003-2007), Cristina destacou que a nova administração da YPF "vai exigir novas formas de participação do estado junto ao setor privado", mas "sob a direção do estado".
A presidente agradeceu a oposição pelo apoio legislativo à expropriação da YPF, que foi aprovada por ampla maioria no Senado, e deve obter o mesmo aval na Câmara dos Deputados.
"Agradeço à oposição pelo apoio para a recuperação da YPF. Esta não é a obra de apenas um partido; é de todos os argentinos e para todos os argentinos", disse Kirchner para um estádio repleto de partidários.
Kirchner destacou que a América Latina vive "uma oportunidade histórica" para ser uma das principais regiões do mundo e enviou votos ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, por sua "rápida recuperação".