A Klabin deu ontem um passo importante no seu plano de expansão industrial ao anunciar um acordo com a chilena Arauco para a compra conjunta da Florestal Vale do Corisco por US$ 473,5 milhões. A compra envolve 107 mil hectares de terras com 63 mil hectares de florestas plantadas no Paraná.
Segundo comunicado da Klabin, a aquisição será realizada pela Centaurus Holdings S.A., que terá participação de 51% da Klabin e 49% da Arauco, e viabilizará o desenvolvimento de projetos específicos de cada empresa. O desembolso deve ser feito nesse mês. A compra é importante para os planos de expansão da Klabin, que incluem um projeto de produção de celulose no Paraná, que poderá envolver investimentos de R$ 5,8 bilhões entre fábrica e ativos florestais, segundo fontes de mercado. "Com a referida aquisição, a área florestal plantada da Klabin atingirá 243 mil hectares, dos quais 110 mil hectares estarão disponíveis para novos projetos industriais", segundo informou o comunicado da companhia.
Na terça-feira, em conferência com analistas para divulgar seu resultado financeiro, o diretor-geral da empresa, Fabio Schvartsman, disse que a companhia estava prestes a anunciar sua estratégia de crescimento. A empresa teve um prejuízo de R$ 243 milhões no terceiro trimestre, depois de registrar um lucro líquido de R$ 163 milhões no mesmo período do ano passado.
Estratégia
Para Ederson de Almeida, diretor da Consufor, empresa de consultoria especializada no setor, a compra de terras é compatível com a estratégia de expansão de ambas as empresas. "A Klabin tem o plano de expansão na área de celulose e a Arauco no setor de painéis de MDF", diz. A Arauco já anunciou investimentos em uma nova fábrica de painéis em Jaguariaíva, com investimentos de R$ 270 milhões.
A área de florestas que foi comprada, que era administrada pelo fundo Global Forest Partners (GFP), foi disputada também por outros fundos. Para a chilena Arauco, associar-se à Klabin é uma forma de driblar a restrição à compra de terras por estrangeiros. "Com a regra em vigor, as companhias e os fundos estão tendo de se associar com empresas brasileiras para adquirir terras", lembra.
Estima-se que a Arauco tenha cerca de 60 mil hectares de florestas plantadas, mas precisará de mais para fazer frente ao plano de expansão e a demanda das fábricas atuais. Com uma estratégia de crescer por meio de aquisições, a Arauco iniciou operações no Brasil em 2002 com a importação de painéis, e em 2005 ampliou sua atuação com a compra da Placas do Paraná (do grupo francês Louis Dreyfus) e, posteriormente, da Tafisa, do grupo Sonae. A Arauco também é parceira da sueco-finlandesa Stora Enso na fábrica de papel e na área florestal do complexo de Arapoti, na região dos Campos Gerais.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast