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Klabin eleva operações do BNDES no PR

 | HENRY MILLEO / GAZETA DO POVO
(Foto: HENRY MILLEO / GAZETA DO POVO)

O Paraná assumiu no ano passado a terceira colocação entre os estados em operações contratadas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O valor de R$ 6,24 bilhões em financiamentos aprovados do setor produtivo representa um aumento de 128% em comparação com 2013, mas o desempenho do estado é puxado para cima por apenas um contrato, o da nova fábrica da Klabin, em Ortigueira, nos Campos Gerais.

Sozinho, o financiamento aprovado de R$ 3,37 bilhões da empresa de papel e celulose representa 54% do total de operações do Paraná e é o segundo maior contrato firmado pelo BNDES em 2014. Excluindo-o da soma total, os R$ 2,87 bilhões contratados pelas empresas paranaenses em 2014 ficam próximos ao montante de investimentos de 2013, quando as operações reuniram R$ 2,75 bilhões.

Os recursos captados pela Klabin serão destinados à construção de uma fábrica de celulose de mercado de fibra longa e fibra curta com capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano. O crédito aprovado no ano passado representa 43,6% do investimento total de R$ 7,7 bilhões na nova planta.

O levantamento feito pela Gazeta do Povo leva em consideração apenas as operações diretas, realizadas entre as empresas e o BNDES, e as indiretas não-automáticas, solicitadas através de instituições parceiras, mas que necessitam de aprovação do banco. Neste caso, os desembolsos são acima de R$ 20 milhões. Não estão inclusos os contratos dos programas com linha de crédito exclusiva, como o Finame e o Finame Agrícola.

Indústria lidera

Em números absolutos, a indústria foi o setor que mais teve financiamentos aprovados pelo BNDES, somando R$ 4,94 bilhões em 2014. Depois da Klabin, os maiores projetos que trarão investimentos para o estado são o da GVT, de R$ 1 bilhão, para expandir e melhorar a malha de telecomunicações; e o da Sanepar, de R$ 286,7 milhões, para ampliar sistema de abastecimento.

Para Roberto Zurcher, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), os investimentos poderiam ser melhores, se não fossem as taxas de juros, que já começaram a aumentar no ano passado. “Isso retrai o empresário. Se ele vê que a economia não vai crescer e os juros estão mais altos, os investimentos são engavetados para um outro momento”, diz.

A agropecuária teve alta de 22% nos valores de operações firmadas em 2014, em comparação com o ano anterior. “A linha PCA do BNDES, com foco em armazenagem, foi muito demandada pelo agronegócio e cooperativas no ano passado e influenciou o resultado”, afirma Paulo Starke, superintendente da agência do Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) no Paraná. O BRDE é o maior repassador de recursos do BNDES no estado.

A Copacol, cooperativa agroindustrial com sede em Cafelândia, no Oeste do estado, contratou R$ 80 milhões no BNDES para implantação de três unidades de produção, além da modernização do complexo industrial na cidade e da unidade de armazenagem de cereais no município de Nova Aurora.

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