A associação foi a solução encontrada por laboratórios de análises clínicas de todo o país para sobreviver num segmento que tem custos altos e necessita de investimentos constantes. Nos últimos seis anos, houve intensa adesão de empresas de diversos portes a grandes grupos. A mineira Labrede congrega hoje cerca de 90 laboratórios de todo o país. A holding NKB atua por meio de 18 marcas em cinco estados brasileiros. A Diagnósticos da América S.A. (Dasa), maior empresa do setor na América Latina, tem 10 laboratórios no país (incluindo a tradicional rede Frischmann, do Paraná), e a Laboratórios Clínicos Associados (LCA) tem 12 marcas sócias ou parceiras.

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No entanto, a velha máxima "se não pode vencê-los, junte-se a eles" não é exatamente a razão para este fenômeno. "É uma lógica inversa. Não é a ação agressiva das redes que torna a vida dos laboratórios autônomos mais difícil. É a própria dinâmica do setor, que requer investimentos muito altos", diz o presidente da NKB Diagnósticos, Cláudio Marote. "Nós estamos nos juntando por perceber que precisamos investir mais, e sozinho é difícil", completa.

Nesta semana, Marote estará em Curitiba para apresentar o modelo de gestão da NKB no 40.º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, que começa hoje e vai até sexta-feirano Estação Embratel Convention Center. Segundo o presidente, foram as práticas de governança corporativa adotadas que levaram a NKB, fundada em 2002, a se transformar num dos cinco maiores grupos do país no segmento em apenas quatro anos.

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"A única maneira de ter rentabilidade neste segmento é por escala, por volume de exames feitos. E você só consegue isso se unindo", confirma Luiz Fernando Freitas, diretor-administrativo do LCA e sócio do Lamac, um dos laboratórios parceiros. "Além disso, qualquer unidade nova que se abra requer muito investimento. Por isso é mais interessante comprar de outros ou se associar", afirma.

Modelos

No LCA, fundado há quatro anos, a associação ocorre por sociedade – com compra de cotas – ou por parceria. Nesta última, há a padronização de processos administrativos, o envio dos exames para análise numa matriz em São Paulo e compras em conjunto. Já a associação com a NKB se dá pela troca das cotas do laboratório autônomo por cotas na holding. "Assim, o dono do laboratório passa a ser dono de uma rede. E pode continuar trabalhando. Não está vendendo a empresa", diz o presidente.

A essência do modelo, segundo ele, é crescer com acionistas minoritários que, após a adesão à holding, trabalham com foco na nova empresa. "Mas é mandatário que tenhamos transparência na gestão. Nós temos um modelo participativo que dá espaço a todos os laboratórios. O inovador no nosso modelo é a participação", afirma Marote. Os sócios minoritários têm assento no conselho de administração e eqüidade de direitos.

Embora o modelo da NKB Diagnósticos seja único no setor no país – as outras redes adotam sistemas diferentes de associativismo –, Marote diz que é inegável a tendência de formação de grandes redes. "Há uma evolução tecnológica e uma evolução do setor, que está se organizando. Todos caminham para a junção de operações, com modelos distintos mas com o mesmo princípio", avalia.

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