O Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec) inaugurou ontem um novo laboratório de testes de diesel e motores pesados adaptados às normas previstas na sétima fase do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). A bancada de testes, que simula motores do tipo Euro V, é fruto de um investimento de R$ 6 milhões da Petrobrás no instituto.
A rigor, todo motor de caminhões e ônibus comercializado no Brasil, hoje, deve rodar dentro destas especificações ambientais, que estão em vigor desde o início de 2012, mas até então os testes eram feitos nos laboratórios próprios das fabricantes ou fora do país. "Este é, seguramente, o laboratório independente mais completo para a medição dos atuais limites de emissão. Há um mercado enorme", garante o superintendente do Lactec, Omar Sabbag Filho. Em função da demanda reprimida, resultado da escassez de laboratórios equipados no Brasil, o Lactec tem testes contratados para os próximos 12 meses.
Além de testes de motores, a bancada será usada como ferramenta para o desenvolvimento de novos combustíveis e adequação dos atuais, incluindo diesel de baixo teor de enxofre, misturas de diesel com biodiesel e outros combustíveis alternativos para o segmento de veículos pesados. Os motores testados podem chegar até 440 kW de potência ou 500 HP.
Investimento
Mesmo com o investimento da estatal que bancou 100% do investimento , o laboratório permanece independente. "A Petrobrás trabalha desta forma há tempos, investe em uma rede que testa toda a sua cadeia com diversas empresas diferentes", afirma o diretor de Desempenho de Produtos em Motores da Petrobrás, Décio Magioli Maia.
Mesmo assim, o Lactec tem liberdade para firmar contratos com qualquer tipo de cliente, inclusive concorrentes da estatal. O laboratório de motos do instituto, inaugurado em 2010, também foi fruto de um investimento da Petrobrás nos mesmos moldes. Desde 2006, dos R$ 87 milhões investidos pela estatal em laboratórios paranaenses, R$ 26 milhões foram nas bancadas do Lactec.
Emissões
A atual legislação estabelece limites de emissão de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio na queima do combustível pelo motor. Nos próximos anos, no entanto, a tendência é de que a regra seja ainda mais restritiva, como acontece atualmente na Europa.
Mesmo assim, o gerente do Departamento de Emissões do Lactec, Dennis Rempel, garante que o laboratório não ficará obsoleto. "Não sabemos em que direção a lei vai exatamente, mas se ela seguir o padrão europeu, já poderíamos testar motores para critérios mais exigentes com algumas adaptações", afirma. Um dos aparelhos que seria necessário adquirir, por exemplo, seria um contador de partículas.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast