A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou ontem em São Paulo que, se uma solução ampla, coletiva e abrangente para a crise europeia não for aplicada em tempo hábil, a região vai enfrentar uma "década perdida" semelhante à vivida pelos países latinos nos anos 80. Ela disse que o contágio já é uma realidade e pregou o combate da crise com a redução do endividamento e do déficit fiscal com reformas estruturais, a manutenção do crescimento e a recapitalização e o fortalecimento do sistema financeiro da região.
Lagarde afirmou que a saída para a zona do euro inclui "múltiplas bazucas", ao ser confrontada com a declaração do premiê britânico, David Cameron, de que seria preciso uma bazuca para derrubar a crise. "Tudo tem de ser enfrentado ao mesmo tempo: há o ajuste à la Alemanha, mas também há a estabilização", disse.
Também ontem, a China anunciou que a Europa não deve esperar que o país use uma grande porção de suas reservas internacionais de US$ 3,2 trilhões para salvar países altamente endividados. A vice-ministra do Exterior, Fu Ying, afirmou que o argumento de que a China deveria resgatar a Europa não é válido e que os europeus podem ter entendido mal como o país administra suas reservas.