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Londrina – Proprietários das quatro fazendas paranaenses interditadas pela Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) por suspeita de aftosa divulgaram laudos de cinco veterinários, ontem à tarde, atestando que nenhum dos 19 animais trazidos de Mato Grosso do Sul, e postos em quarentena desde o dia 10, apresenta sintomas da doença. Os pecuaristas disseram não saber quais foram os critérios da Seab para apontar que os animais tinham sintomas clínicos da doença e criticaram a demora na divulgação do resultado dos exames laboratoriais que estão sendo feitos pelo Ministério da Agricultura (Mapa).

No último dia 21, a Seab divulgou que havia suspeita de aftosa no Paraná. Seriam 19 bois, dos quais 12 estão na fazenda Santa Isabel, em Grandes Rios; 3 na Santa Maria, em Loanda; outros 3 na São Luiz, em Amaporã; e mais 1 na fazenda do Centro de Ensino Superior de Maringá (Cesumar). Os animais foram comprados no leilão Dez Marcas, promovido pelo agropecuarista José Moacir Turquino, entre os dias 1.º e 9 de outubro, no Parque Ney Braga, em Londrina. Segundo o governo, as reses teriam vindo da cidade de Eldorado, em Mato Grosso do Sul, onde no dia 10 deste mês foi confirmada a existência do primeiro foco de febre aftosa.

De acordo com Turquino, que participou da entrevista coletiva na Sociedade Rural do Paraná (SRP), a decisão de análise independente foi tomada por causa da demora do resultado oficial. Desde o começo da quarentena, o presidente da SRP, Édson Neme Ruiz, contestou a possibilidade de o gado leiloado ter trazido aftosa para o Paraná.

"Está claro que não houve nenhum caso em que se observasse o surgimento de sintomas de aftosa. Na nossa propriedade não está ocorrendo nenhuma alteração clínica (nos animais) e isso pode ser um forte elemento para que os resultados dos exames se mostrem negativos", afirmou o coordenador do curso de medicina veterinária da Cesumar e responsável pela fazenda, Raimundo Alberto Tostes.

Na semana passada, quando anunciou a suspeita de aftosa, o governo estadual informou que os 19 animais apresentavam sintomas como salivação excessiva e mancavam, conseqüências do aparecimento de aftas na boa e cascos. A doença impede o animal de se alimentar, perdendo peso até morrer. "Mas não recebemos qualquer documento da Seab que apontasse a existência dos sintomas", disse Tostes.

Por meio da assessoria de imprensa, a Seab informou torcer para que os laudos apresentados pelos pecuaristas sejam validados, mas que não pode emitir parecer antes dos resultados conclusivos e oficiais dos exames. Esclareceu, também, que existe um procedimento legal, monitorado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), que não pode ser ignorado. Por isso, qualquer manifestação que descaracterize a presença de focos da doença no Paraná deve sair do laboratório de análises de Belém (PA), único do país credenciado pelo Ministério da Agricultura para esse tipo de exame.

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