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Pivô da Lava Jato

Envolvidas na Lava Jato, ex-Odebrecht e Andrade Gutierrez tocarão obras de Abreu e Lima

Refinaria Abreu e Lima
Envolvidas na Lava Jato, ex-Odebrecht e Andrade Gutierrez tocarão obras de Abreu e Lima (Foto: Petrobras/divulgação)

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Duas subsidiárias das empreiteiras Andrade Gutierrez e Novonor (antiga Odebrecht) venceram a licitação para novas obras na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, apelidada como a “mais cara do mundo” e pivô das investigações da Operação Lava Jato. O resultado do processo foi divulgado na última sexta (15) em um contrato de R$ 8,7 bilhões.

A licitação de sete lotes faz parte de um investimento anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no começo do ano, para a “retomada dos investimentos” da estatal na refinaria. A expectativa é de que as obras sejam iniciadas no segundo semestre.

A Andrade Gutierrez, através da subsidiária Consag, venceu dois lotes avaliados em R$ 3,7 bilhões, enquanto a Tenenge, empresa da Novonor, ganhou três lotes no valor de R$ 5 bilhões. Há ainda outros dois vencidos por uma terceira empresa, segundo apurou o Estadão.

A Petrobras ainda pode revisar os preços dos lotes e realizar um novo processo de licitação, conhecido como “rebid”, se necessário. No entanto, a empresa afirma que as propostas estão em fase de análise pela Comissão de Licitação e ainda não há confirmação sobre possíveis mudanças nos contratos.

Desde a deflagração da Operação Lava Jato e as assinaturas de acordos de leniência, as duas empreiteiras passaram a ter limitações operacionais. A Odebrecht, por exemplo, estava impedida de participar de licitações da petrolífera desde 2018 até o ano passado. Já a Andrade Gutierrez, liberada em 2017, não havia conquistado nenhum contrato público relevante desde então.

As obras bilionárias em Abreu e Lima visam expandir a capacidade de produção de diesel S10 dos atuais 100 mil para 260 mil barris por dia. O projeto tem potencial para gerar até 30 mil empregos diretos e indiretos, com o objetivo de garantir a autossuficiência de combustível no país. A previsão é que as obras sejam concluídas até 2028.

A Refinaria Abreu e Lima foi um símbolo de corrupção dos governos do PT de Lula e de Dilma Rousseff. Inicialmente concebida como uma parceria entre a Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA, a refinaria se tornou um empreendimento exclusivo da Petrobras após a desistência dos venezuelanos devido aos altos custos operacionais.

O custo final do projeto, inicialmente estimado em US$ 2,3 bilhões, inflou para cerca de US$ 18 bilhões, tornando-se um ponto central na investigação da Lava Jato.

Durante a cerimônia de retomada das obras, em janeiro, Lula criticou a Lava Jato e afirmou que houve uma "mancomunação entre alguns juízes deste país com os Estados Unidos".

"A história ainda vai ser contada, porque você sabe que, muitas vezes, a história ainda leva anos, décadas e até séculos para a gente saber da verdade. Mas eu vou dizer uma coisa como presidente da República deste país: tudo que aconteceu neste país foi uma mancomunação entre alguns juízes deste país, alguns procuradores deste país subordinados ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que queriam e nunca aceitaram o Brasil ter uma empresa como a Petrobras", disparou na época.

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