Com direito à presença da atriz Fernanda Montenegro em propagandas de tevê, começou ontem o período de reserva para aquisição de ações do Banco do Brasil. A instituição está fazendo duas ofertas simultâneas de papéis, uma primária e uma secundária. Com base nos preços atuais, estima-se que as ofertas somem quase R$ 10 bilhões.Na propaganda, a atriz chama atenção para a necessidade de ler o prospecto preliminar, uma espécie de "guia" com todas as informações necessárias para entender o processo. O documento está disponível no site do banco e tem 782 páginas o que torna a leitura por um investidor inexperiente tarefa quase impossível. Que fazer, então?
Para o economista Jackson Peters, professor do Estação Business School, a tarefa é mesmo difícil. "Os prospectos são mesmo muito complexos, e a Comissão de Valores Mobiliários [CVM, entidade que fiscaliza o mercado de capitais] pode multar a empresa se ela não tiver todos os dados exigidos", explica. A saída, então, é terceirizar a tarefa. "O investidor pode dar uma olhada em alguns segmentos, como os fatores de risco, mas a pessoa física deve buscar o auxílio de um profissional, seja no seu banco ou na sua corretora", aconselha. Se ainda ficar em dúvida, Peters sugere optar por um fundo de investimento em ações. Nessa modalidade de aplicação, a gestão da carteira fica nas mãos de especialistas de instituições financeiras. "Para quem tem um dia a dia muito corrido, sem tempo para ficar acompanhando o mercado todo o tempo, é uma alternativa bem mais tranquila."
As ações do Banco do Brasil estão entre as mais negociadas da bolsa de São Paulo e são consideradas "blue chips" papéis seguros, com menos "sobes e desces" do que as ações de empresas menores. "É uma empresa bastante confiável, uma boa opção para diversificar investimentos", define o economista Hugo Meza Pinto, professor da Universidade Positivo. "A ideia é democratizar o mercado, embora o momento não seja muito propício, por causa da crise europeia", opina.
Os dois observadores lembram que qualquer investimento em ações deve ser planejado para o longo prazo, principalmente em momentos de instabilidade como o atual. "E convém não pôr todas as economias em ações, principalmente de uma empresa só", observa Meza.