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Grãos

Leilão de 20 mil toneladas para aliviar a crise do feijão no PR

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza amanhã o primeiro leilão de feijão calçado pelo Prêmio de Escoamento de Produto (PEP). Antiga reivindicação dos produtores de feijão do Paraná, o PEP promete animar o mercado regional, num ano de perdas na lavoura e preços baixos. O produtor paranaense vem recebendo apenas R$ 32 por saco de 60 quilos – metade do valor praticado nesta mesma época do ano passado.

As perdas em volume chegam a 12,7%, segundo a última avaliação do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab). Em todo o estado, 44,53 mil toneladas de feijão preto e 38,38 mil toneladas de feijão de cor deixaram de ser colhidas por causa das chuvas da virada do ano, ameaçando inclusive a liderança do estado na produção nacional, disputada com Minas Gerais.

O leilão oferta 20 mil toneladas de feijão do Paraná, 5 mil toneladas do Rio Grande do Sul e 3 mil toneladas de Santa Catarina. No caso do Paraná, o volume ofertado corresponde a 3,5% da produção da safra das águas (primeira safra), em fase final de colheita.

O objetivo do governo federal é tentar regular o mercado e facilitar o escoamento do feijão das regiões que mais produzem para as consumidoras, afirma o diretor de Operações da Conab no Paraná, Valmor Luiz Bordin. Até agora, apenas produtos como o trigo e o milho tinham leilão com PEP. Segundo Bordin, a inclusão da leguminosa não tem a intenção de aliviar a crise, mas deve ajudar o setor.

Os compradores que se cadastrarem hoje na Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM) ainda poderão participar do leilão de amanhã. Quem for selecionado receberá prêmio de R$ 12,48 por saco, ou R$ 0,21 por quilo se comprovar ter pago o preço mínimo (R$ 47/60 kg) aos produtores.

Ainda há prazo para a Conab lançar outros leilões de feijão com PEP neste ano, dependendo do comportamento do mercado. Os prêmios oferecidos nesta primeira edição são considerados baixos pelos compradores, que alegam gastar menos pagando preço de mercado sem receber os recursos do governo. No Paraná, a reivindicação é de que o prêmio seja elevado a pelo menos R$ 15 por saca.

"O prêmio deveria ser de R$ 15 a R$ 17 e o volume de feijão ofertado também é baixo. Mesmo assim, o leilão terá reflexo positivo, vai dar novo ritmo ao mercado", avalia o analista Robson Mafioletti, do Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).

A vantagem será de quem conseguir comprar feijão de qualidade pelo preço mínimo. A maior parte do feijão ofertado hoje é considerado de qualidade ruim, o que contribui para a queda nos preços. Os grãos de primeira alcançam R$ 40/60 kg. Desta forma, o comprador que for selecionado na bolsa de mercadorias poderá pagar R$ 47 e, com o prêmio do governo, gastar só R$ 35, dividindo o benefício com o produtor.

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