Leilão de feijão vende só 29% da oferta

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O primeiro leilão de feijão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) com oferta de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) vendeu apenas 29% das 28 mil toneladas ofertadas através da Bolsa Brasileira de Mercadorias. Das 20 mil toneladas que seriam compradas de produtores paranaenses, foram leiloadas apenas 4,9 mil toneladas (24,5%).

O programa tem o objetivo de facilitar o escoamento do feijão da região produtora, o Sul, para o restante do país. O Rio Grande do Sul esperava vender 5 mil toneladas, mas conseguiu colocar apenas 180 mil quilos (3,6%). Santa Catarina, por sua vez, vendeu as 3 mil toneladas ofertadas. As operações referentes aos três estados do Sul somaram R$ 1,73 milhão.

Os compradores querem que o governo eleve o prêmio, que no caso do Paraná foi fixado em R$ 12,48 por saco. Ou seja, o vencedor de leilão que paga preço mínimo (R$ 47 por saco de 60 kg) recebe R$ 12,48 do governo. "Estamos reivindicando PEP de pelo menos R$ 15 por saco para os próximos leilões", afirma Robson Mafioletti, analista do Sindicato e Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). As cooperativas que empacotam e vendem feijão para outras regiões entram nos leilões como compradoras.

Mais um leilão

Na avaliação do corretor Leonadro Arnizaud, que participou do leilão como representante de clientes da corretora Ibérica, o resultado foi satisfatório. Ele considera que, apesar da facilidade para cadastramento de compradores, o sistema de comprovação das operações de compra e venda é "muito complexo". No entanto, diz acreditar que, aos poucos, o setor vai se habituar às exigências.

A Conab marcou ontem o segundo leilão de feijão preto para o dia 16 (sexta-feira), às 10h. Os três estados do Sul vão oferecer o mesmo volume de grãos ofertado ontem. O Mato Grosso entra com 2 mil toneladas. Os prêmios devem ser mantidos entre R$ 12,48 e R$ 13,5 por saco.

Os produtores do Paraná – que perderam 12,7% do feijão das águas por causa das chuvas – esperam que os leilões ajudem a elevar os preços. Eles vêm recebendo R$ 32 por saco, metade do valor pago há um ano.