A "energia dos ventos" ganhou ontem mais um impulso. Cinquenta parques eólicos fecharam contratos no leilão de fontes alternativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por preços inferiores aos das demais modalidades negociadas e bem mais baixos que os do primeiro (e bem-sucedido) leilão de energia eólica, realizado no ano passado.
As 50 usinas eólicas que fecharam negócio, em contratos de 20 anos, venderam sua eletricidade por preços entre R$ 130,43 e R$ 137,99 por megawatt-hora (MWh), com deságio de até 22% em relação ao teto permitido. Em 2009, o preço médio havia sido de R$ 148 por MWh. O rápido barateamento sugere que a fonte eólica está ficando mais viável.
As companhias Iberdrola e Asa Branca foram as maiores vendedoras elas viabilizaram nove e oito usinas, respectivamente. À exceção de nove centrais no Rio Grande do Sul, todos os demais parques eólicos do leilão de ontem serão erguidos no Nordeste.
Paranaenses
Outras duas fontes de energia ditas "alternativas" tiveram lugar no leilão de ontem. Cinco PCHs firmaram contratos de 30 anos por valores entre R$ 144,50 e R$ 148,39 por MWh. E apenas uma térmica, movida a bagaço de cana, negociou energia a R$ 137,92 por MWh, com prazo de 20 anos.
Duas empresas paranaenses negociaram a energia de PCHs. A J. Malucelli Energia vendeu a eletricidade da usina de Queixada, que será construída em Goiás, por R$ 148,39 por MWh. Com potência máxima de 30 MW, a pequena hidrelétrica vai gerar receitas de R$ 648 milhões à empresa ao longo das próximas três décadas.
Outra vendedora foi a Companhia Paranaense de Energia (Copel). A estatal negociou, a R$ 146,99 por MWh, a energia de Cavernoso II, usina de 19 MW que será erguida entre Candói e Virmond, na região central do Paraná. Capaz de abastecer uma comunidade de 50 mil pessoas, a hidrelétrica custará R$ 120 milhões, segundo a Copel, e vai render quase R$ 294 milhões em 30 anos.
Com o contrato de venda em mãos, a Copel vai requerer ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP) a licença de instalação da PCH, e espera instalar o canteiro de obras "nos primeiros dias de 2011". "Investir na construção de PCHs, algo que a Copel fez durante boa parte da sua existência e está retomando agora, é um mecanismo bastante eficaz para gerar novas oportunidades de crescimento social e econômico às diferentes regiões", afirmou, em nota, o presidente da Copel, Ronald Ravedutti.