O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) disse que está mantido o leilão do pré-sal, apesar das recentes denúncias de que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) teria espionado documentos da Petrobras.
"Eu não tenho nada a declarar. Quem vai tratar desse assunto é a presidente da República e o Itamaraty", disse. O ministro evitou comentar se considera o episódio grave. "A Petrobras vai emitir uma nota ainda hoje [sobre o assunto]", explicou o ministro. "Tudo está mantido conforme estava programado".
Nota
A presidente Dilma Rousseff também comentou o caso e disse que o motivo da espionagem é econômico. No domingo, reportagem do programa "Fantástico", da TV Globo, informou que novos documentos, classificados como "secretos" vazaram e indicaram que a estatal também foi espionada.
Os documentos seriam de maio de 2012. A reportagem destacou que não há informações sobre a extensão da espionagem, mas que estavam na rede informações estratégicas associadas a negócios que envolvem bilhões de reais, como o leilão, marcado para outubro, que é da exploração do Campo de Libra, na Bacia de Santos, parte do pré-sal. Leilão
A licitação destinará blocos para exploração do Campo de Libra, na Bacia de Santos (SP), que tem potencial de reserva entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris equivalentes de petróleo. A Petrobras terá participação de 30% no consórcio. A empresa que vencer o leilão terá que pagar um bônus de assinatura à União de R$ 15 bilhões.
Em nota ao Fantástico, o diretor nacional de Inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, informa que a NSA coleta informações econômicas para prevenir crises financeiras que possam afetar os mercados internacionais. Segundo ele, a agência não rouba segredos de empresas estrangeiras que possam beneficiar empresas americanas.
A Petrobras informou, por meio da assessoria de imprensa, que não comentará as denúncias de espionagem pelos Estados Unidos. Lobão participou na tarde desta segunda a cerimônia de sanção da lei que destina recursos dos royalties do pré-sal para a saúde e a educação. O texto é o mesmo aprovado pelo Congresso Nacional, sem vetos, com destinação de 75% dos valores para a educação e 25% para a saúde.
Durante o evento, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros, disse que as denúncias de espionagem que atingiram a Petrobras exigem uma resposta à altura do governo a essa "grave violação a soberania do nosso país".