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Lenovo ganha força no mercado brasileiro de smartphones

Motorola mostra claramente que a empresa quer continuar lucrando com a aceitação calorosa do Moto G, em busca de novos usuários. | Divulgação
Motorola mostra claramente que a empresa quer continuar lucrando com a aceitação calorosa do Moto G, em busca de novos usuários. (Foto: Divulgação)

A Lenovo tem ganhado força no mercado brasileiro de smartphones após a compra da Motorola, e especialistas preveem que outras fabricantes chinesas de aparelhos devem desembarcar no país em 2015. A estratégia das empresas busca compensar em parte a desaceleração dos mercados europeu e norte-americano.

A compra da Motorola concluída em 30 de outubro fez a Lenovo crescer nos mercados emergentes, principalmente no Brasil, afirma o analista da consultoria IDC Reinaldo Sakis. Para ele, isso deve fazer com que outras chinesas tragam lançamentos ao Brasil no ano que vem.

A desaceleração dos mercados europeu e norte-americano também contribui para que as fabricantes chinesas procurem países emergentes onde o crescimento é maior. "Os lançamentos devem vir no início do ano. Há varejistas comentando que já compraram (smartphones) das chinesas", prevê.

A Lenovo, que inicialmente tinha mais força no Brasil em PCs e tablets, mas passou a ter fatia adicional de 7% do mercado nacional de smartphones, herdada da Motorola, segundo dados do terceiro trimestre da empresa de pesquisa em tecnologia Gartner.

A chinesa está no início de sua trajetória de ascensão no país, segundo o diretor-executivo de marketing para a América Latina da Lenovo, Humberto de Biasi. A companhia também atua no Brasil com a marca CCE, de smartphones de entrada, mais baratos.

"A Lenovo decidiu não iniciar a venda de celulares Lenovo no Brasil", diz Biasi, explicando que o avanço no país se dará por meio da Motorola. "Os resultados recentes mostram que a Motorola pode ser motor de crescimento significativo para a Lenovo, tanto em produtos como em resultados".

Em janeiro, a Lenovo anunciou a compra da divisão de dispositivos móveis Motorola do Google por US$ 2,91 bilhões, no que foi o maior negócio de tecnologia chinês de todos os tempos.

"Posso dizer que nossa participação de mercado vem crescendo de maneira robusta, mas não é com CCE que vamos ter crescimento, vai ser com a Motorola", reforça Biasi. "O Brasil é sem dúvida um dos mercados prioritários."

Avanço

A tendência de avanço de empresas chinesas no mercado de smartphones da América Latina também é apontada por Tuong Nguyen, analista da Gartner.

Ele lembra que a Lenovo ainda é nova no país. "A fatia da Motorola tem se reduzido nos últimos anos. Quando foi comprada pelo Google, começou a se voltar para os smartphones, isso fez com que ficasse ainda mais difícil para eles na América Latina e no Brasil, porque inicialmente esses produtos eram caros", diz o analista.

"Recentemente, porém, eles introduziram a linha Motorola G que é mais barata. Isso ajudou a marca a ganhar um pouco de mercado. Poderá haver mais oportunidades para a Lenovo/Motorola no futuro caso sejam capazes de fornecer smartphones mais baratos para competir com outras fabricantes", completa Nguyen.

Sucesso de vendas

Segundo Julio Cesar Trajano, diretor comercial do Magazine Luiza, o Moto G já pode ser considerado um fenômeno de vendas. "O Moto G renasceu, é o produto mais vendido no Brasil há mais de cinco meses, tomando muito forte o espaço que era da Samsung".

Trajano acrescenta que a rede de varejo ainda não tem novos acordos fechados com fabricantes chineses de celulares, mas diz que poderá haver novidades no ano que vem. Atualmente, a empresa já vende aparelhos de Motorola, TCL Communication (que atua com a marca Alcatel) e ZTE.

Preparando entrada

Há ainda outras chinesas de olho no mercado brasileiro, como a Xiaomi, terceira maior fabricante de smartphones do mundo. A empresa abriu este ano escritório em São Paulo, porém, até agora não teve modelos homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

A chinesa contratou no ano passado o brasileiro Hugo Barra, ex-vice presidente da divisão Android do Google, para liderar sua expansão global.

"Um provável motivo para essa demora (da chegada da Xiaomi ao Brasil) é o fato de que precisam fechar parceria com varejistas para entrar no país", diz Sakis, do IDC, lembrando que o varejo já ultrapassou as operadoras de telefonia como principal canal de venda de smartphones no mercado brasileiro.

Procurada, a Xiaomi não respondeu a pedidos de entrevista.

Outra chinesa que em breve poderá entrar na América Latina é a Oppo Electronics, segundo Nguyen, da Gartner. A empresa chegou ao mercado de smartphones em 2008 e em 2012 anunciou o que então foi considerado o telefone mais fino do mundo. Procurada, a companhia disse que, no momento, não há planos de entrar no Brasil.

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