Com a economia andando de lado, o ritmo de fusões e aquisições no primeiro trimestre foi praticamente igual ao registrado no mesmo ano passado. Foram 183 transações, apenas duas a mais do que as 181 contabilizadas em 2012, segundo relatório da consultoria PwC.
INFOGRÁFICO: Confira o número de fusões do primeiro trimestre de 2013 comparado ao de outros anos
Em segmentos como tecnologia de informação, serviços, mineração e alimentos, as fusões continuam aquecidas. Mas no setor de varejo houve estabilidade e áreas como química e petroquímica, bancos e serviços públicos registraram queda no número de transações no período. Ainda assim, o volume total é o maior desde o recorde de 2010 (189).
"Assim como em 2012, o ano começou prometendo mais, mas não vem andando na velocidade que se esperava", diz Rogério Duquech, sócio diretor da GO4! Consultoria. "Desde a crise de 2009, não houve uma retomada sustentável desses negócios", diz.
Baixo crescimento econômico e um cenário global ainda ruim vêm adiando o crescimento do setor. Para Duquech, a megafusão anunciada na semana passada pelos grupos educacionais Kroton e Anhanguera, que criaram uma gigante de valor de mercado de R$ 12 bilhões, não aponta para uma tendência de crescimento mais forte das fusões em 2013. "Foi uma oportunidade pontual", diz.
O gerente sênior da PwC na região Sul, Mikail Ojevan, diz que a previsão é de um crescimento muito próximo ou ligeiramente superior ao de 2012, quando foram anunciadas 771 operações. De acordo com ele, esse ano não contará, por exemplo, com o efeito de antecipação de operações que ocorreu o ano passado com as mudanças nas regras do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Porém há muito dinheiro, principalmente de fundos de investimentos, que deve movimentar o mercado brasileiro nos próximos meses. Os fundos representaram cerca de 50% das operações no primeiro trimestre.
Nos últimos quatro anos, os investimentos estrangeiros também vêm crescendo. Em 2010, eles responderam por 66 operações nos três primeiros meses do ano. Em 2013, esse número chegou a 79.
Setores e regiões
O setor de tecnologia da informação concentrou 19% dos negócios no primeiro trimestre. Os setores de construção, logística, agropecuária e educação, entre outros, responderam por 52 operações, o equivalente a 28% dos negócios.
Das operações no período, 53% envolveram aquisição de participação majoritária. Em segundo lugar, estão as compras minoritárias, com 69 transações (38%). Foram registradas sete joint ventures, seis fusões e três incorporações.
O Sul respondeu por 11,5% das operações no período, atrás do Sudeste, com 65,6%. O Nordeste registrou 6% das transações, o Centro-Oeste, 3,3%, e o Norte, 2,7%.
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