Em meio à forte pressão sobre sua atuação no governo, o ministro Joaquim Levy (Fazenda) defendeu neste sábado (29) a criação de uma nova CPMF e disse o país precisa ser realista, porque nos últimos anos “houve redução de impostos, com desonerações, enquanto os gastos correntes (do governo) cresceram”.

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“A gente precisa chegar a um equilíbrio. É uma escolha que precisamos fazer”, disse o ministro, que não quis dar detalhes dos estudos sobre o novo imposto. Levy falou a uma plateia de executivos em um evento promovido pela BM&FBovespa em Campos do Jordão (a 181 km de São Paulo).

O ministro disse também que os ajustes na economia “já estão funcionando” e, se não houver nenhuma “ruptura” no meio do caminho, até o fim do ano os sinais de reação da economia serão mais visíveis.

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O setor externo já está dando mostras de recuperação, segundo o ministro, tanto que contribuiu com 11% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo divulgou o IBGE nesta sexta-feira (28), a economia brasileira recuou 1,9% no segundo trimestre frente aos três primeiros meses do ano, e de 2,6% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

“As mudanças no câmbio e o realinhamento de preços (administrados, como energia e combustíveis) já estão produzindo efeitos. Algumas empresas começaram a reduzir estoques e isso fará a economia andar”.

Alem da CPMF, o ministro defendeu também as simplificações de outros impostos, como Cofins e ICMS, proposta incluída na chamada Agenda Brasil - lista de medidas apresentada pela bancada do PMDB no Senado Federal contra a crise.

Embora Levy tenha evitado se estender sobre o assunto, o mais urgente para a equipe econômica é conseguir apoio para aprovar a nova CPMF.

Encurralado por um rombo potencial de R$ 130 bilhões no orçamento do ano que vem, o governo trabalha para ressuscitar a CPMF com o argumento de que precisa dessa receita para cumprir a promessa de um superavit de 0,7% do PIB em 2016.

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O medo é que sem o tributo o governo seja obrigado a reduzir novamente a meta fiscal do ano que vem, cenário que levaria o país a perder o grau de investimento e fragilizaria ainda mais a economia nacional, que amarga uma recessão.

Bombardeio

A volta do chamado “imposto sobre o cheque”, extinto em 2007, foi bombardeada por políticos e empresários. Irritado com as medidas de ajuste de Levy, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, chegou a defender a saída do ministro.

O vice presidente Michel Temer teria recusado o pedido da presidente Dilma para trabalhar a favor do imposto, segundo a Folha de S.Paulo.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que neste momento parece estar do lado do governo, disse que não há condições de criar mais impostos.

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