Em meio a rumores de que está enfraquecido e poderia deixar o governo em breve, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cancelou a viagem que faria para a Turquia nesta quinta-feira (3) para participar de reunião do G-20. Levy foi chamado pela presidente Dilma Rousseff para uma conversa no Palácio do Planalto, da qual também deve participar o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Vencido no debate sobre a elaboração da proposta orçamentária de 2016, que acabou sendo enviada ao Congresso com previsão de déficit nas contas públicas, o ministro tem demonstrado insatisfação com a condução da política econômica. Ele defendia que o Orçamento fosse encaminhado ao Legislativo garantindo a realização de uma meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país).
No entanto, o Ministério do Planejamento avaliou que não haveria margem para cortes mais profundos de despesas que pudessem ser feitos para assegurar esse resultado.
Para evitar o déficit, a presidente Dilma chegou a considerar a possibilidade de encaminhar junto com o Orçamento uma proposta emenda constitucional (PEC) recriando a CPMF, o que daria um reforço de mais de R$ 60 bilhões ao governo federal. No entanto, ela foi rejeitada por governadores e pelo Congresso e o Palácio do Planalto decidiu recuar.
Agenda
Depois da Turquia, a agenda do ministro previa sua ida para a Espanha, onde participaria de um seminário do jornal “El País” sobre infraestrutura, e depois para a França, onde deveria participar de reunião da Organização de Cooperação para o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda, as agendas do ministro na Espanha e na França estão mantidas por enquanto.