O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a defender as medidas de ajuste propostas pelo governo para que o país retome o equilíbrio fiscal. Falando a uma plateia de empresários e executivos na Câmara de Comércio Brasil-França, Levy afirmou que houve “uma escorregadinha” no controle das contas públicas, mas que o senso de responsabilidade fiscal veio para ficar.
“Um país mostra sua maturidade quando certos princípios são adotados por um grupo maior de pessoas, como houve com a responsabilidade fiscal nos últimos anos. A gente pode ter tido uma escorregadinha, mas a realidade agora é esse comprometimento, que vai permitir que os juros tenham redução. O sentimento hoje é de uma curva longa declinante”, disse, lembrando que o país experimentou um desequilíbrio fiscal significativo em 2014, quando as contas públicas fecharam com déficit nominal de quase 7% do Produto Interno Bruto (PIB). “Um déficit fiscal de 7% não é muito sustentável.”
Em 2014, o déficit nominal brasileiro foi de 6,7% do PIB. Segundo dados da Economist Intelligence Unit publicados na última edição da revista “Economist”, entre 42 países, estão em situação pior que a do Brasil apenas Venezuela, com déficit de 13% em 2014, Egito, com 12%, e Japão, com 8% em 2014. A Grécia, em meio a uma complicada negociação de socorro financeiro, teve déficit de 4,2%.
Sobre o câmbio, Levy foi cauteloso e disse que o Banco Central trabalha para evitar flutuações excessivas do dólar. O ministro também reafirmou a disposição de acabar com desonerações e incentivos fiscais, as chamadas ações anticíclicas do antecessor, Guido Mantega.