A fabricante sul-coreana de celulares LG acredita que a crise que afeta os principais mercados financeiros internacionais não prejudicará o Natal no Brasil, período mais forte do comércio, ainda que veja 2009 como uma incógnita.
A companhia informou nesta segunda-feira, em encontro com a imprensa, que as negociações de celulares com as operadoras são feitas trimestralmente e que "as operadoras apostam em um final de ano forte, apesar da crise", segundo Carlos Melo, diretor comercial da LG para a área de celulares.
Ele citou que há operadoras entrando em áreas novas, como a Oi em São Paulo e a Vivo no Nordeste, além de novas companhias, como a "aeiou", e o crescimento das redes de terceira geração no país.
Segundo Melo, a LG, como as demais fabricantes, "está acompanhando a evolução do câmbio de forma muito próxima das operadoras". O mercado está com estoques comprados no dólar baixo, mas "ninguém sabe ainda a extensão dessa crise", ressaltou.
"Por enquanto, não há notícia de aumento de preço" e o cenário permanece incerto para 2009, acrescentou o executivo.
Em 2008, a LG acredita que irá comercializar 12 milhões de celulares, volume 33 por cento superior aos 9 milhões vendidos no ano passado.
No próximo ano, entretanto, Melo afirmou que a companhia concorda com o presidente da Nokia, Almir Narcizo, que avaliou nesta segunda-feira que o mercado não crescerá e deverá manter o mesmo volume de vendas. "Somos obrigados a concordar que se empatar está bom", afirmou Melo.
De qualquer forma, a companhia disse estar otimista e com disposição de manter os investimentos. "A crise, se afetar, não será nada catastrófico", afirmou Eduardo Toni, diretor de marketing da LG.
MODEMS 3G EM SUSPENSO
Apesar das declarações otimistas, a LG decidiu rever a decisão de trazer modems de terceira geração para conexão de notebooks ao Brasil.
A companhia chegou a prever que iniciaria as vendas neste final de ano, em encontro anterior com jornalistas, mas nesta segunda-feira informou que está estudando o mercado e avaliando até que ponto as oscilações cambiais podem afetar o negócio.
"Temos capacidade instalada, não seria difíci atender (a demanda), mas hoje esse é um produto ainda em etapa de estudos... Vamos ter de rever", afirmou Melo, citando que a alta do dólar torna mais cara sua importação.
A empresa participa da Futurecom 2008, evento de telecomunicações que acontece esta semana em São Paulo.