A Líbia pode rever contratos de petróleo e gás assinados sob o regime do coronel Muamar Kadafi se seus termos incluírem preços "anormalmente" baixos e se houver suspeita de corrupção. "Vamos rever os contratos onde houver dúvidas", afirmou Abdul Jalil Mayouf, porta-voz da Arabian Gulf Oil Co.
O Conselho de Transição Nacional da Líbia retomou a produção de petróleo no país e pediu às companhias estrangeiras que voltassem. Mas as palavras de Mayouf neste sábado sinalizam que o regime que emergiu da guerra civil pretende revisar os acordos existentes. Alguns podem não ser mantidos.
As declarações ocorreram depois de o presidente do Conselho de Transição, Mustafa Abdul Jalil, ter prometido ao presidente da França, Nicolas Sarkozy, e ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, honrar os contratos "desde que eles fossem limpos e transparentes".
Gigantes internacionais do setor de petróleo como Eni, BP, OMV e ConocoPhillips têm grandes acordos no país, que detém as maiores reservas de óleo da África.
Mayouf disse que a Líbia vai examinar os contratos existentes e buscar as melhores condições nos casos em que a produção for vendida a preços muito baixos para as companhias internacionais, ou se houver suspeitas de corrupção. A revisão dos acordos será feita por uma comissão que ainda será formada. Caso problemas sejam encontrados e as petroleiras não quiserem aceitar novos termos, eles poderão ser arbitrados por uma corte internacional.
De acordo com um índice da ONG Transparência Internacional, a Líbia está entre os países onde há mais corrupção no mundo. Está em 146º lugar, entre 178 nações. A ascensão de um novo governo promete mudar a situação. "Agora podemos seguir adiante com menos burocracia e corrupção", disse Guma El-Gamaty, coordenador do Conselho de Transição. As informações são da Dow Jones.
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