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educação financeira

Lição de casa: diminuir as despesas no supermercado

Vitória, no mercado simulado: dinheiro para comprar um bichinho de esti­mação | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
Vitória, no mercado simulado: dinheiro para comprar um bichinho de esti­mação (Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo)

"Desejo ou necessidade?" Respondendo a essa pergunta a cada produto que pensam em colocar no carrinho de compras no supermercado, Vitória Barbosa, 10 anos, e a mãe têm conseguido economizar cerca de R$ 150 por mês. A mudança de comportamento é difícil, mas possível, garante a aluna do 5° ano da Escola Municipal Arnaldo Isidoro de Lima, em Foz do Iguaçu, pioneira no projeto de educação financeira na rede pública de ensino na cidade.

"Toda semana a conta dava de R$ 150 a R$ 170, agora passou a R$ 120. Com o que a gente consegue economizar, minha mãe compra roupa e calçado. Um pouco de esforço e cortar o que não faz falta é bom", indica Vitória ao destacar que está aprendendo o verdadeiro valor do dinheiro e que o mais importante não é apenas guardar, mas saber gastar. "No fundo não importa se a gente ganha pouco ou muito, o segredo é saber como gastar", ensina.

A mudança de hábito de Vitória fez brotar também a vontade de poupar para investir em algo que em outros tempos talvez não teria o valor que passou a ter. "Já faz três meses que estou juntando dinheiro para comprar uma calopsita. Meu cofrinho está quase cheio. Pesquisei com meu pai e vi que preciso de R$ 130. Esse preço é com a gaiola", conta, entusiasmada com a descoberta das metas de investimento.

No contraturno

A também faz parte do dia a dia de muitas das crianças, que, desde o 1° ano, são apresentadas a noções de saldo, poupança, investimento, pesquisa de preços, juros, rendimento, parcelamento e pagamento a vista. O conhecimento é repassado com a ajuda do material didático elaborado pelo professor Altemir Carlos Farinhas e complementado com métodos adaptados pelos professores envolvidos no projeto que está sendo estendido para toda a rede municipal.

Ministradas no contraturno escolar desde 2009, as aulas de educação financeira dividem conteúdo com disciplinas como matemática, geometria, português e artes. "Responsabilidade ambiental e empreendedorismo também se misturam. Uma das práticas que os alunos mais gostam é a do mercadinho onde eles simulam as compras. As embalagens dos produtos expostos nas prateleiras são trazidas de casa. Vazias iriam para o lixo, mas aqui ajudam a fixar os conceitos", observa a professora Ana Paula Cardoso.

A comprovação de que o ensinamento está sendo absorvido e empregado no dia a dia vem do comentário dos pais. "Neste ano falamos sobre a conta de água. Nas reuniões várias mães vieram dizer que não conseguiam mais lavar a louça com a torneira o tempo todo aberta porque os filhos ficavam em cima fiscalizando e pedindo para não desperdiçar água", lembra.

IncentivoRecompensa será viagem a parque de diversões

Pelo segundo ano consecutivo, os alunos do 5° ano da Escola Municipal Arnaldo Isidoro de Lima, em Foz do Iguaçu, farão uma viagem ao Beto Carrero World. Paga com o dinheiro arrecadado por eles durante todo o ano, a recompensa é o lado prático de tudo o que aprenderam nas aulas de equilíbrio financeiro oferecidas pela escola.

Os R$ 13 mil que conseguiram arrecadar serão suficientes para bancar a viagem e todos os custos, incluindo transporte, alimentação, ingressos para o parque de diversões e uniforme para os 39 alunos e seis professores responsáveis por organizar a viagem. O tão esperado embarque será na próxima terça-feira, às 19 horas.

"Foram várias festas, rifas, doações e bazares. Tudo com o envolvimento dos alunos. Quase tudo o que conseguimos foi arrecadado por eles. Na última festa, que de tão divertida tivemos que repeti-la, o lucro foi de R$ 1,2 mil, praticamente a custo zero", comentou a professora Ana Paula Cardoso, uma das coordenadoras do projeto.

Ana Paula lembra que a recompensa é uma forma de incentivar os alunos a estabelecer metas para poupar. Aqui, decidimos fazer algo diretamente para os alunos. Outras escolas optaram, por exemplo, por melhorar a infraestrutura. Essa decisão, explica, depende do que cada grupo de professores avaliar ser o melhor.

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