O presidente da Telebrás, Rogério Santanna, criticou nesta quarta-feira (26) o que chamou de "zona de conforto" que existe hoje no mercado privado de banda larga no país. Segundo ele, a introdução da rede da Telebrás tem como principal objetivo fornecer uma alternativa para aumentar a competição, inclusive com a participação de pequenos provedores.
Na terça-feira (25), ao falar sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) no Congresso de Inovação e Informática na Gestão Pública (Conip 2010), em São Paulo (SP), Santanna afirmou que a instituição deve concluir em 60 dias os primeiros editais de licitações para reativar redes para o Sudeste e Nordeste.
"Nosso papel é fazer com que a concorrência se dê a nível de serviços, não somente na infraestrutura. A existência de uma rede neutra aumentará a competição. Fará o mercado sair da zona de conforto e deste acordo de mediocridade", afirmou Santanna, na audiência pública da Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado, convocada para discutir o Plano Nacional de Banda Larga, nesta quarta. Na mesma audiência, o diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SindiTelebrasil), Eduardo Levy, afirmou que a cada minuto são feitos sete novos acessos à banda larga no país.
Santanna disse ainda que os grande provedores de banda larga ignoraram o crescimento da chamada "classe C". Segundo ele, foi por causa desse aumento excessivo da demanda que ocorreram os apagões na rede da Telefônica, em São Paulo, que levaram a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a determinar no ano passado a suspensão provisória das agendas de novos pacotes de banda larga. "Se isto acontecesse com a Telebrás, esta Casa (Senado) certamente pediria a privatização da empresa", provocou.
Santana disse ainda que a Telefônica brasileira deve estar com dificuldades para investir no Brasil, porque "provavelmente" está precisando subsidiar a matriz espanhola, devido a crise econômica naquele país. Ele também assegurou que a nova Telebrás não será uma estatal inchada, com muitos cargos de confiança. "O nosso papel será de uma empresa gestora enxuta, com engenharia e marketing. A operação será contratada na iniciativa privada", afirmou.
Mais provedores na expansão
No evento em São Paulo, Santanna ressaltou que serão investidos R$ 6,5 bilhões para o setor até 2014. O governo quer, segundo ele, possibilitar que os mais de 1,7 mil provedores tenham condições de participar do processo de expansão da banda larga, que hoje depende de três grandes operadoras Grupo Embratel Net, Telefônica e Oi, que detém 86% da conexão do Brasil.
"Estamos dispostos a esclarecer o posicionamento da Telebrás como gestora do PNBL. Nosso trabalho é de equilibrar os interesses dos cidadãos e das empresas em relação à oferta e garantia de acesso", ponderou Santanna durante o Conip.
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