O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), anunciou na tarde desta segunda-feira, 17, que vai apresentar um pedido para que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue a construção da plataforma P-62, última entregue pela Petrobras em dezembro, numa cerimônia que contou com a presença da presidente Dilma Rousseff. A proposta se baseia em reportagem da semana passada que relata que, segundo sindicalistas, por pressão política, plataformas têm sido inauguradas inacabadas e posteriormente finalizadas em alto mar.
A prática torna o produto mais caro e lento para a empresa, além de menos seguro para os trabalhadores. "O que a imprensa noticiou e foi objeto de denúncia foi uma farsa que a presidente da República participou pessoalmente", criticou Aloysio Nunes Ferreira, em discurso no plenário da Casa. O líder tucano vai pedir que o TCU faça uma auditoria a fim de averiguar a procedência das informações e, em caso positivo, estimar o "prejuízo" causado para a estatal da medida. Antes de ser remetida para o tribunal, a proposta terá de ser votada pela Mesa Diretora do Senado, que deve se reunir nesta terça-feira, 18.
No pronunciamento, Aloysio Nunes Ferreira citou o relato feito pelo diretor de segurança e saúde do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Norton Almeida, à reportagem. O dirigente sindical disse que, mesmo sem os sistemas de ancoragem a bombordo (lado esquerdo) e elétrico completos, a plataforma foi lançada ao mar. "A presidente não poderia perder mais um evento de pré-campanha eleitoral, na verdade de campanha declarada", criticou o senador do PSDB. "Esta Casa não pode omitir-se frente a mais esta denúncia gravíssima. Portanto, a solicitada auditoria se faz necessária e urgente", escreveu ele, no requerimento de informações.
Em outra frente, o tucano apresentou requerimentos de convite para que Norton Almeida e José Maria Rangel, presidente do Sindipetro-NF, prestem esclarecimentos à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado das "denúncias de que plataformas estariam sendo lançadas ao mar faltando uma série de componentes primordiais à segurança do equipamento e dos trabalhadores". O pedido, se aprovado pela comissão, não obriga regimentalmente os convidados a comparecerem.