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Líder do governo critica Banco Central por Selic e diz que Lula não faz “populismo”

Jaques Wagner
Jaques Wagner afirma que BC faz política "contracionista" e que até torcidas de futebol já pediram corte da Selic. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), criticou o Banco Central pela possibilidade de que a reunião desta quarta (19) do Comitê de Política Monetária (Copom) não faça nenhum corte na taxa básica de juros, que está em 10,5%. Essa é a expectativa de agentes do mercado financeiro ouvidos pelo Relatório Focus, divulgado na segunda (17).

Wagner afirmou que a autoridade monetária faz uma política de juros “contracionista”, ecoando a ofensiva retomada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na terça (18) contra o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

“Estamos com uma política claramente contracionista. Se isso não é contracionismo, é o que”, questionou o senador também defendendo Lula das críticas à autarquia.

Ele afirmou que o presidente não está praticando populismo, mas sim evitando cortes drásticos em áreas sociais, ao contrário do que foi feito no governo anterior. “A única coisa que ele disse é que não vai botar o torniquete na área social. Não há populismo”, completou Wagner durante uma audiência pública na Câmara na terça (18).

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O senador disse que a crítica à manutenção da Selic em 10,5% é ampla e sustentada por vários setores da sociedade, além do próprio presidente Lula. De acordo com ele, “nos primeiros meses deste governo foi ele mais a torcida do Flamengo, do Vitória, a academia, o mercado, a Febraban que achavam o juro mantido muito alto”.

A pressão, disse, se dá por conta dos indicadores econômicos positivos, como inflação controlada, queda no desemprego, aumento da renda e crescimento do PIB.

Em relação ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Wagner apoiou a visão de Lula sobre a atuação política indevida do dirigente, indicado ao cargo pelo governo anterior, com mandato até dezembro de 2024. Lula vê a manutenção dos juros altos como uma atuação política, que não considera adequada para o presidente de uma instituição autônoma como o BC.

“Ele fez uma crítica a algo que não é pertinente à liturgia do cargo de presidente do Banco Central. Não me consta que o presidente do BC dos Estados Unidos saia em favor de quem quer que seja participando de ato político. Não é próprio do cargo. Se a autonomia é para isso, está sendo mal utilizada”, disparou Wagner.

A crítica foi em referência à participação de Campos Neto em um jantar oferecido em sua homenagem pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).

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