• Carregando...
Helio Rotenberg: “o computador tradicional não está morto” | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Helio Rotenberg: “o computador tradicional não está morto”| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Vendas

Para esse ano há uma expectativa positiva também em relação às compras do governo, que é um cliente importante para empresa, responsável por 27,5 % das receitas da empresa em 2013. Na mira da Positivo está uma licitação de 1, 2 milhão de tablets, que deve ter resultado em 30 dias e mais 250 mil projetores com computador embutido, prevista para 60 dias.

Lucro da companhia caiu 48% em 2013

A liderança de mercado – a Positivo detém 15,7% das vendas de computadores no país – tem custado caro à empresa. Para fazer frente à forte concorrência de preços, a fabricante vem sofrendo os efeitos de trabalhar com margens cada vez mais reduzidas. No ano passado, juntamente com os efeitos do câmbio, que encareceram os insumos usados na produção, esse fator contribuiu para a queda de 48% nos lucros da companhia paranaense, para R$ 15,6 milhões.

As vendas contudo, subiram 22% e a receita líquida da empresa atingiu R$ 2,5 bilhões. O último trimestre foi melhor para empresa, que conseguiu ganhos de R$ 30,9 milhões, 230% superior ao do mesmo período do ano anterior. Segundo o presidente da empresa, Helio Rotenberg, a virada no câmbio prejudicou a companhia, que tem cerca de 75% dos componentes de alguma maneira afetados pela cotação do dólar, o que forçou alta de preços.

Investimentos

Com margens mais apertadas, a empresa resolveu adotar uma política mais conservadora de investimentos. Rotenberg diz que isso não será problema porque no Brasil e na Argentina a empresa está utilizando cerca de 75% da sua capacidade. "Podemos ampliar a produção sem a necessidade de fazermos novos investimentos". Os investimentos devem somar R$ 29,7 milhões em 2014 , pouco acima dos R$ 28,9 milhões aplicados no ano passado, mas cerca de 50% abaixo do que foi aplicado em 2012.

Com a venda de computadores perdendo espaço para outros dispositivos, a maior fabricante do setor do país quer diversificar. Depois de passar a vender tablets e smartphones, a Positivo Informática, com sede em Curitiba, quer ingressar em novos segmentos de produtos e reforçar sua estratégia de internacionalização.

A empresa, que abriu uma filial na Argentina há três anos, acaba de fazer sua estreia no Uruguai, com a venda de 40 mil equipamentos para o governo local e se prepara para entrar em pelo menos mais um país da América do Sul ainda esse ano, adianta o presidente da empresa, Helio Rotenberg.

As vendas para o governo uruguaio foram feitas pela subsidiária da Argentina, onde a empresa inaugurou, em julho do ano passado, a sua segunda fábrica. A Positivo é hoje líder de mercado no país, com 10% de participação, e tem uma joint venture com a argentina BGH. A nova fábrica, em Buenos Aires, tem capacidade para 45 mil computadores por mês.

O projeto de internacionalização corre paralelo à estratégia de pesquisar novos mercados de produtos para a marca. Embora não detalhe os projetos em estudo, Rotenberg diz que não estão descartadas pequenas aquisições de empresas. A estratégia inclui trazer o executivo brasileiro que hoje comanda a operação na Argentina, Norberto Maraschin Filho, de volta para o Brasil para cuidar da área de novos negócios. "Queremos consolidar nossa participação em tablets e smartphones em dois anos e devemos ingressar em um novo segmento", diz.

Desafio

A Positivo sabe que precisará se reinventar nos próximos anos. A empresa, que cresceu junto com o mercado de computadores, onde é líder há nove anos, se vê agora diante do desafio de atuar em um segmento onde há forte disputa por preço e margens apertadas e que perde espaço para outros equipamentos, como tablets e smartphones.

Dados da consultoria IDC mostram que as vendas de computadores vêm caindo em todo mundo. A previsão para 2013 era de uma queda de 10%. "O computador tradicional não está morto e nem vai morrer, mas sabemos que hoje a opção é pela diversidade de dispositivos", reconhece Rotenberg.

O estudo do IDC mostra que o consumidor vem resistindo a trocar seu desktop de mesa, prorrogando a vida útil do equipamento. No Brasil, a expectativa é que as vendas de tablets já superem a de notebooks nesse ano, com 10,7 milhões de unidades contra 8,4 milhões.

A Positivo fechou o ano passado com 5,7% de participação de vendas de tablets no Brasil. Novata nesse mercado, a empresa cresceu 391% no número de unidades vendidas. A linha de celulares cresceu 410% contra 15% de notebook e de 2,2% em desktops.

Segundo Rotenberg, apesar da concorrência pesada, a empresa quer brigar para estar entre as maiores em tablets e smartphones. "Nos incomoda sermos ainda um traço em smartphones, por exemplo. Vamos lutar para crescer e nos posicionarmos entre os cinco", diz.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]