
Com a venda de computadores perdendo espaço para outros dispositivos, a maior fabricante do setor do país quer diversificar. Depois de passar a vender tablets e smartphones, a Positivo Informática, com sede em Curitiba, quer ingressar em novos segmentos de produtos e reforçar sua estratégia de internacionalização.
A empresa, que abriu uma filial na Argentina há três anos, acaba de fazer sua estreia no Uruguai, com a venda de 40 mil equipamentos para o governo local e se prepara para entrar em pelo menos mais um país da América do Sul ainda esse ano, adianta o presidente da empresa, Helio Rotenberg.
As vendas para o governo uruguaio foram feitas pela subsidiária da Argentina, onde a empresa inaugurou, em julho do ano passado, a sua segunda fábrica. A Positivo é hoje líder de mercado no país, com 10% de participação, e tem uma joint venture com a argentina BGH. A nova fábrica, em Buenos Aires, tem capacidade para 45 mil computadores por mês.
O projeto de internacionalização corre paralelo à estratégia de pesquisar novos mercados de produtos para a marca. Embora não detalhe os projetos em estudo, Rotenberg diz que não estão descartadas pequenas aquisições de empresas. A estratégia inclui trazer o executivo brasileiro que hoje comanda a operação na Argentina, Norberto Maraschin Filho, de volta para o Brasil para cuidar da área de novos negócios. "Queremos consolidar nossa participação em tablets e smartphones em dois anos e devemos ingressar em um novo segmento", diz.
Desafio
A Positivo sabe que precisará se reinventar nos próximos anos. A empresa, que cresceu junto com o mercado de computadores, onde é líder há nove anos, se vê agora diante do desafio de atuar em um segmento onde há forte disputa por preço e margens apertadas e que perde espaço para outros equipamentos, como tablets e smartphones.
Dados da consultoria IDC mostram que as vendas de computadores vêm caindo em todo mundo. A previsão para 2013 era de uma queda de 10%. "O computador tradicional não está morto e nem vai morrer, mas sabemos que hoje a opção é pela diversidade de dispositivos", reconhece Rotenberg.
O estudo do IDC mostra que o consumidor vem resistindo a trocar seu desktop de mesa, prorrogando a vida útil do equipamento. No Brasil, a expectativa é que as vendas de tablets já superem a de notebooks nesse ano, com 10,7 milhões de unidades contra 8,4 milhões.
A Positivo fechou o ano passado com 5,7% de participação de vendas de tablets no Brasil. Novata nesse mercado, a empresa cresceu 391% no número de unidades vendidas. A linha de celulares cresceu 410% contra 15% de notebook e de 2,2% em desktops.
Segundo Rotenberg, apesar da concorrência pesada, a empresa quer brigar para estar entre as maiores em tablets e smartphones. "Nos incomoda sermos ainda um traço em smartphones, por exemplo. Vamos lutar para crescer e nos posicionarmos entre os cinco", diz.



