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Os dirigentes europeus reunidos em cúpula extraordinária em Bruxelas, na Bélgica, neste domingo (1º) se posicionaram contra o protecionismo entre os países da União Europeia e destacaram a importância de se evitar divisões na região.

Em texto adotado pelos chefes de Estado, eles admitiram que o "protecionismo não é a resposta para a crise atual". A cúpula foi convocada para discutir saídas para superar as diferenças sobre como lidar com a crise.

Em entrevista à imprensa após a cúpula, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, disse que os países europeus conseguiram um "acordo global" em um "marco comum" sobre a crise, completando que a decisão final será tomada na próxima cúpula da UE de 19 e 20 de março.

Os líderes reafirmaram também sua vontade de fazer uso máximo do mercado único europeu, que garante a livre circulação das mercadorias, serviços, pessoas e capitais, para sustentar o crescimento e o emprego.

A União Europeia anunciou ainda que apoiará caso por caso os países do leste da Europa que estiverem com graves dificuldades financeiras, mas um grande plano de ajuda generalizada está fora de cogitação.

"Está totalmente claro que a UE não deixará ninguém na beira da estrada", declarou à imprensa o primeiro-ministro tcheco, Mirek Topolanek, cujo país preside atualmente a União Europeia, ao final da cúpula.

Durante a cúpula, os líderes europeus disseram que todos os países membros da UE receberão a ajuda necessária em casos apropriados.

Alertando que a recessão pode provocar novas divisões na Europa duas décadas depois do colapso do Comunismo no leste europeu, o primeiro-ministro da Hungria, Ferenc Gyurcsany, afirmou: "Nós não devemos permitir uma nova 'cortina de ferro' para... dividir a Europa em duas partes."

A União Europeia é dividida entre países ricos como a França, que quer uma ação forte para estimular a indústria, especialmente a automotiva, e mais pobres - a maioria no Leste Europeu -, que não têm condições de financiar pacotes de resgate.

A Alemanha, maior economia do bloco, defendeu que os países da zona do euro precisam estar preparados para ajudar uns aos outros, mas não explicou como.

Centro e Leste Europeu

O impacto da crise financeira no Leste Europeu foi motivo de discórdia na cúpula. A proposta apresentada pela Hungria de uma ajuda de até 190 bilhões de euros para países da região foi rejeitada.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, destacou que os próprios países do leste da Europa, exceto a Hungria, recusaram o plano.

"Esta ideia de dividir a Europa entre velhos países-membros e novos países-membros, entre leste e oeste é algo que rejeitamos claramente", explicou Mirek Topolanek.

A medida de ajuda ao Centro e Leste Europeu em meio à crise econômica incluiria uma injeção emergencial de liquidez de até 60 bilhões de euros para bancos centrais do Centro e do Leste Europeu. Além disso, cerca de 1,5 bilhão de euros seriam destinados à renegociação de dívidas, e 45 bilhões de euros seriam destinados para recapitalizar o sistema bancário.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou, após a cúpula, que a crise nesse locais apresenta risco à União Europeia, mas medidas necessárias para combater a situação já foram tomadas. "Sobre a questão do centro e do leste europeu, existe um risco econômico e político para eles e para nós", disse.

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