O presidente dos EUA, Barack Obama, participa da cúpula do G8 junto com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev e a chanceler alemã Angela Merkel| Foto: Reuters

Líderes mundiais apoiaram manter a Grécia na zona euro neste sábado e prometeram tomar todas as medidas necessárias para combater a turbulência financeira, ao mesmo tempo revitalizando suas economias, que são cada vez mais ameaçadas pela crise da dívida da Europa.

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Em uma declaração ousada de apoio à Europa, o Grupo dos oito líderes das maiores economias do mundo reunidos na arborizada Camp David, nas montanhas Cactoctin em Maryland, disse que a recuperação da economia global mostra sinais promissores, mas "ventos contrários significativos persistem."

"Neste contexto, comprometemo-nos a tomar todas as medidas necessárias para reforçar e revigorar nossas economias e combater tensões financeiras, reconhecendo que as medidas corretas não são as mesmas para cada um de nós", disseram em um comunicado.

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Os líderes disseram que apoiam as discussões na Europa para equilibrar a redução da dívida com medidas de apoio ao crescimento e acrescentou: "Reafirmamos o nosso interesse em permanecer que a Grécia permaneça na zona do euro, ainda assim honrando os seus compromissos"

É raro o que o comunicado do G8, geralmente brando, destaque uma pequena nação. Mas os temores de que um impasse político na Grécia levariam o pequeno país mediterrâneo a deixar a união monetária da Europa a custos desconhecidos para o sistema financeiro assustaram os mercados globais.

O presidente dos EUA, Barack Obama, e líderes de outras grandes potências econômicas se reuniram para discutir a economia global e buscar formas para acalmar os mercados após preocupações sobre os problemas bancários da Espanha derrubarem os preços das ações de todo o mundo a seus menores preços neste ano.

Mais cedo, Obama abriu a sessão da manhã, prometendo buscar maneiras de restaurar o crescimento saudável e o mercado de trabalho e tratar das preocupações na Europa.

"Todos nós estamos absolutamente comprometidos em garantir que tanto o crescimento quanto a estabilidade, além da consolidação orçamental, façam parte de um pacote global, a fim de alcançar o tipo de prosperidade para os nossos cidadãos que todos nós estamos procurando", disse Obama.

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O primeiro-ministro britânico, David Cameron, após correr em esteiras com Obama de manhã no ginásio de Camp David, disse que detectou uma "crescente sensação de urgência que a ação precisa ser tomada" sobre a crise da zona do euro.

Londres depende fortemente de financiamento internacional. Instabilidade bancária no país seria um novo golpe para uma economia já em recessão.

"Os planos de contingência devem ser postos em prática e o fortalecimento dos bancos, governo, firewalls -todas essas coisas precisam acontecer muito rápido", disse ele a repórteres.

Os líderes europeus pareciam fazer questão de frisar na sexta-feira que permaneceriam firmes a respeito da proteção de seus bancos, após a notícia da escalada de empréstimos ruins levantar a suspeita de que o resgate dos bancos da Espanha derrubará a quarta maior economia da zona do euro.

"Faremos o que for necessário para garantir a estabilidade financeira da zona euro", disse o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy.

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Mais cedo o presidente francês, François Hollande, sugeriu o uso de fundos europeus para injetar capital nos bancos da Espanha, o que marcaria uma significativa aceleração dos esforços de resgate da UE.

Um jornal italiano informou que primeiro-ministro italiano, Mario Monti, propôs na cúpula G8 a criação de um sistema europeu de seguro de depósito bancário. Autoridades não forneceram nenhum comentário imediato.

OBAMA, MONTI, HOLLANDE

Além de estabilizar o sistema financeiro, uma questão chave a ser discutida é como equilibrar o crescimento com os esforços para reduzir a dívida de governos por meio de arrocho fiscal. Obama se alinhou com Monti e o novo presidente francês ao colocar mais ênfase no crescimento.

Isso coloca pressão sobre a chanceler alemã, Angela Merkel, que apresentou austeridade fiscal como o principal meio de reduzir os enormes níveis de dívida que pesam sobre as economias europeias.

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Eleitores de países da zona do euro têm demonstrado frustração com essa abordagem, rejeitando o governo grego. Na França, o conservador Nicolas Sarkozy foi derrotado por Hollande, um socialista, nas eleições de 6 de Maio.

Uma versão preliminar do comunicado da cúpula mostrada à Reuters sublinhou um "imperativo de criação de crescimento e empregos".

Há sinais de abrandamento na postura de austeridade da Alemanha.

O maior sindicato industrial alemão, o IG Metall, atingiu seu maior acordo sobre salários em 20 anos na madrugada de sábado. O aumento salarial de 4,3 por cento, mais do que o dobro da inflação alemã, vai aumentar o poder de compra do trabalhador na nação mais rica da zona do euro e elevar o consumo - algo que os Estados Unidos há muito apresentam como um meio para sustentar o crescimento global na segunda maior região econômica do mundo.

Obama, na discussão de sábado sobre a economia mundial, defendeu uma abordagem equilibrada, dizendo que não deveria haver "aumentos artificiais", disseram à Reuters fontes da delegação do G8.

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"Precisamos de uma meta de crescimento, ao mesmo tempo mantendo a disciplina fiscal", disse, de acordo com as fontes.