A Petrobras cedeu em pontos importantes reivindicados pelos petroleiros para o Acordo Coletivo de Trabalho 2011 e a Federação Única dos Petroleiros (FUP) - que reúne representantes de diferentes sindicatos da categoria - decidiu interromper o movimento e não prevê mais entrar em greve por tempo indeterminado. A afirmação foi feita pelo diretor do departamento de Segurança Meio Ambiente e Saúde da FUP, José Maria Rangel, nesta terça-feira (22), logo após sair da reunião do conselho deliberativo da federação.
O líder sindical explicou que o presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, apresentou na segunda-feira, em reunião com a FUP, uma nova proposta e "algumas questões foram avançadas".
A nova proposta será apresentada aos funcionários em assembleias, a partir de sábado, dia 26. "Se tudo correr bem, dia 9 de dezembro assinamos o Acordo Coletivo 2011", afirmou Rangel.
O coordenador geral da FUP, João Antônio de Moraes, destacou que a greve apenas será totalmente descartada quando os trabalhadores aprovarem a nova proposta.
De acordo com Moraes, as principais conquistas foram relativas à segurança, meio ambiente e saúde. Moraes disse que a estatal aceitou tratar com mais seriedade as notificações sobre os acidentes que ocorrem dentro dos locais de trabalho. "A Petrobras se comprometeu a indicar corretamente quando há acidentes com afastamento ou sem afastamento", disse Moraes.
Outro ponto que avançou, segundo Moraes, é que a Petrobras só permitia que a FUP participasse das comissões que analisam os acidentes com morte: "Agora poderemos participar das reuniões de acidentes sem morte também".
Por fim, Moraes destacou que a empresa permitirá que a FUP embarque até 150 vezes, por ano, para participar das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) nas plataformas, cerca de 10 embarques por mês. "Atualmente, nós apenas participamos das reuniões internas, porque não há como chegar nas plataformas", destacou.
O coordenador geral da FUP disse que não houve avanços nas cláusulas econômicas. O acordo, no entanto, prevê também que os petroleiros tenham, no mínimo, o avanço de um nível salarial integral a cada dois anos, independentemente da avaliação dos gerentes. O avanço automático de nível por antiguidade, que atualmente é de meio nível a cada 18 meses, passará a ser de um nível cheio a cada 24 meses.