O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez duras críticas ao secretário da Receita Federal, Robinson Sakiyama Barreirinhas, após o chefe do Fisco publicar um vídeo em suas redes sociais defendendo a taxação de empresas de brasileiros que atuam no exterior, as chamadas offshores.
Nesta segunda-feira (21), Barreirinhas publicou e apagou o vídeo depois da repercussão negativa gerada na mesma semana em que o governo tenta aprovar na Câmara alterações feitas no texto do novo marco fiscal, votadas no Senado à revelia de acordo anterior costurado com os deputados.
“Houve um tuíte desastroso do secretário da Receita. Um tuíte de mau gosto, com vídeo, com tudo, depois saiu do ar. A fala do Barreirinhas tocou fogo, ele joga rico contra pobre, depois disse que é o Congresso e faz essa confusão toda”, disse Lira ao participar de um jantar promovido pelo grupo Poder360, na última segunda-feira (21).
O governo quer taxar os fundos de investimentos no exterior para compensar a redução do pagamento do Imposto de Renda (IR). Lira diz ser contrário à proposta, não pelo mérito, mas pela forma como está sendo imposta, sem discussão prévia.
“A questão não é de mérito, é da forma. O governo não combinou com Câmara e Senado [...] O governo vai ter que encontrar uma solução. Quando converso, todo mundo aceita uma saída negociada. Hoje em dia o dinheiro não tem fronteira”, afirmou Lira.
Lira disse ainda enxergar um problema entre o Legislativo e a Receita.
“O Congresso vota a lei e a Receita regulamenta como quer [...] Enquanto a Receita Federal puder normatizar do jeito que achar que a lei deve ser aplicada, haverá problemas”, afirmou.
No mesmo evento, o presidente da Câmara sinalizou que as mudanças promovidas pelo Senado no texto do novo marco fiscal serão derrubadas pelos deputados. De acordo com Lira, as alterações feitas a pedido do governo descumprem o acordo inicial costurado com a Câmara.
A expectativa é de que o projeto seja votado novamente na Câmara até a quarta-feira (23). Acontece que, diferente da versão inicial, o texto aprovado pelo Senado inclui a liberação de uma despesa adicional de R$ 32 bilhões.
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